postado em 06/09/2010 08:35
Thobias AlmeidaPedro Rocha Franco
A Polícia Federal vai investigar o roubo à sede da transportadora de valores Embraforte, no Bairro Ouro Preto, região da Pampulha (MG), na manhã de sábado, que rendeu aos criminosos pelo menos R$ 45 milhões. Fontes da PF informaram que agentes federais já estão acompanhando o trabalho da Polícia Civil, iniciado na tarde de sábado, logo depois da comunicação do assalto, o maior da história de Minas Gerais.
Na Polícia Civil, as investigações seguem duas linhas: a atuação de uma quadrilha de outro estado ; em princípio, de São Paulo ou do Rio de Janeiro ; e o possível envolvimento de funcionários ou ex-funcionários da Embraforte. ;Estamos fazendo o levantamento das fichas dos funcionários da empresa e de seus parentes;, disse o chefe do Departamento de Investigações contra o Patrimônio, delegado Islande Batista.
Agentes que participam da investigação contaram que um dos bandidos, assim que entrou na sede da empresa, teria dito: ;Cadê o Carlinhos? Ele não trabalha mais aqui, né?; Um dos reféns ; eles ficaram em um sítio em Ribeirão das Neves durante a noite de sexta-feira ; contou aos policiais que os criminosos tinham informações detalhadas sobre a movimentação de dinheiro na empresa. Um dos assaltantes afirmou, em conversa com um comparsa, que pelo menos R$ 14 milhões estavam guardados nos cofres da Embraforte. O dinheiro seria usado para abastecer os caixas eletrônicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal durante o feriado de 7 de setembro.
Depoimentos
Por tudo isso, o delegado reafirma a certeza de que o grupo é formado por criminosos experientes. ;Não estamos investigando uma quadrilha qualquer;, disse. Islande Batista informou ainda que os reféns serão chamados novamente para prestar depoimento durante a semana, depois que estiverem mais calmos. O delegado comentou que algumas das vítimas foram ameaçadas de ter seus corpos destruídos por granadas enquanto estavam no cativeiro. Eles passaram mais de 12 horas sob a mira de fuzis e pistolas.
Imagens gravadas por câmeras do Olho Vivo e pelo circuito de segurança interna de um posto de combustível podem ajudar a polícia a identificar integrantes da quadrilha. Os vídeos, entregues à Polícia Civil, teriam sido gravados na noite de sexta-feira, algumas horas depois de os bandidos sequestrarem funcionários da Embraforte e seus familiares. Após levarem os reféns para um sítio, por volta de 23h30, alguns assaltantes voltaram para Belo Horizonte e foram flagrados pelas câmeras. No carro filmado, estariam dois bandidos e dois dos oito reféns. Eles puseram R$ 20 de combustível, pagaram em dinheiro e não desceram do carro.
No cativeiro, os bandidos filmaram os reféns e exibiram armamento pesado. As imagens foram mostradas aos funcionários que estavam na entrada da Embraforte com o objetivo de intimidá-los e facilitar a rendição dos vigilantes. O coordenador de segurança, Alexandre Diniz Oliveira, conseguiu pegar a câmera e guardá-la no bolso. O equipamento está com a polícia.