Estado de Minas
postado em 10/09/2010 09:03
Decorridos seis dias do assalto à Embraforte, a Polícia Federal (PF) deve ampliar sua atuação na investigação em busca dos autores da ação. Segundo relato de fontes ligadas à apuração do roubo de R$ 45 milhões, o maior da história de Minas Gerais, o setor de polícia científica da instituição recebe nesta sexta-feira vestígios recolhidos pela perícia da Polícia Civil em todos os locais percorridos pelos assaltantes, além de pistas encontradas em dois veículos usados e abandonados pelo bando, uma Kombi e um outro, que seria um Fiat Tipo. O dinheiro foi embarcado num caminhão, segundo relato das testemunhas.O chefe do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio, Islande Batista, confirmou, no início da semana, informação divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, de que a PF também entraria no caso. ;O inquérito é da Polícia Civil, mas a PF vai participar;, antecipou o policial. Segundo fontes da PC, agentes federais trabalham discretamente nas apurações desde 4 de setembro, data do roubo.
Porém, a PF nega oficialmente a informação e afirma que não instaurou inquérito a respeito do assalto. A instituição justifica a postura sob a alegação de que não recebeu nenhuma provocação daqueles que poderiam acioná-la, que são o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, bancos públicos federais, e o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio da PC, responsável pela investigação.
No entanto, segundo o Artigo 144 da Constituição, é atribuição da PF ;apurar infrações penais contra...entidades autárquicas e empresas públicas...;. Do montante roubado, R$ 14,6 milhões seriam destinados ao abastecimento de caixas eletrônicos do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) durante o feriado de Sete de Setembro. O BB confirmou, na segunda, que havia dinheiro da instituição em poder da Embraforte na data do roubo. Porém, não revelou valores.
A única informação oficial repassada pela PF, por meio de nota, é que a Embraforte ;encontra-se com um processo de revisão da autorização para funcionamento em tramitação perante a Coordenação-Geral de Controle da Segurança Privada, em Brasília;. A renovação do alvará que autoriza o atividade exercida pela empresa deve ser feita anualmente.
As investigações preliminares da polícia já concluíram que criminosos mineiros deram suporte a cariocas e paulistas, identificados pelo sotaque no momento de negociar os contratos de aluguel das residências utilizadas no golpe. Com armamentos pesados, eles lançaram mão de uma tática apelidada de ;novo cangaço;.
Na ação do fim de semana, a família do gerente da Embraforte foi feita refém, num sítio alugado em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os bandidos usavam máscaras e, por meio de um vídeo, exibiam as ameaças a familiares e funcionários. Na quarta-feira, moradores localizaram rádios- comunicadores e computadores da empresa, abandonados, num terreno no Bairro Liberdade, em Contagem. Eles foram recolhidos para perícia pela Polícia Civil.