postado em 11/09/2010 15:24
Ainda respira, com muita dificuldade, a baleia franca encalhada entre as praias de Itapirubá e do Sol, em Laguna, Litoral Sul de Santa Catarina, desde terça-feira. Depois de descartarem as possibilidades de remoção do cetáceo para alto-mar, veterinários decidiram pela eutanásia (antecipação da morte). Na sexta à noite, os especialistas aplicaram altas doses de medicamentos, para que ela morresse.
Biólogos e veterinários esperavam que o mamífero morresse logo após a injeção das substâncias. Sem ter mais recursos de intervenção, que seriam o resgate ou a eutanásia, a coordenação de operações decidiu aguardar a morte natural do animal de 15,80 metros e com cerca de 40 toneladas.
Caminhão e trator da prefeitura do município já estão na praia para a retirada da carcaça da baleia. Os biólogos continuam hidratando o corpo do mamífero, nesta manhã. A coordenação de operação deve divulgar novas informações nas próximas horas.
Após a morte, os envolvidos nessa operação devem iniciar os procedimentos de remoção da carcaça. Haverá uma necrópsia para que se descubra questões como o sexo do animal e a doença que o debilitou e provocou o encalhe.
Decisão
A escolha da eutanásia foi uma decisão unânime dos integrantes de todos os órgãos que formam um protocolo de encalhe. Essa alternativa, considerada dias antes, prevaleceu no final da tarde.
; Precisamos aceitar o ciclo de vida dos animais. Assim como os humanos eles nascem, se desenvolvem e morrem. Infelizmente a situação se agravou em função da dificuldade operacional para o resgate, o que fez com que esta baleia, que já encalhou debilitada, ficasse ainda mais fragilizada com o passar dos dias. Precisávamos esgotar todas as possibilidades de salvamento e esta decisão requer tempo para a resolução de todos os processos, além de uma série de discussões a fim de se chegar a um consenso da real necessidade da eutanásia ; explica a bióloga e diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca (PBF), Karina Groch.
No começo da noite foi iniciada a aplicação de um anestésico para que a baleia ficasse relaxada. Depois ocorreu a injeção de uma grande quantidade de sedativos e fármacos hipnóticos. Os sinais vitais do animal são monitorados desde então.