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Após oito horas, preso libera agente penitenciária em Mossoró (RN)

postado em 21/09/2010 18:23
Após oito horas feita refém por um preso, uma agente penitenciária do Presídio Federal de Mossoró, a 285km de Natal, foi libertada no início da noite desta terça-feira (21). A servidora foi mantida presa dentro da guarita do presídio, sob a mira de uma pistola calibre 40 por cerca de 8h. O preso, identificado como Leandro Felipe Leocádio, de 25 anos, cumpria pena de nove anos, por assalto no regime semiaberto do Complexo Penal e Agrícola Mário Negócio.

De acordo com o major José Deques, a libertação aconteceu por volta das 18h, quando a avó e a irmã do detento chegaram ao local para ajudar nas negociações. Segundo o major, as duas conversaram com o preso através do interfone da guarita. Após alguns minutos de conversa, Leandro decidiu se entregar e libertar a servidora.

Por volta das 10h, o detento teria ido entregar uns garrafões de água no presídio federal que fica localizado ao lado da penitenciária Mário Negócio. Leandro Felipe prestava serviços externos como Assistente de Serviços Gerais por ser considerado de bom comportamento.

Segundo o major, ao entrar na guarita para cumprir seus serviços, como de costume, ele teria golpeado a agente, tomado sua arma e feito ela como refém. Outros agentes do presídio perceberam a ação e tentaram socorrer a servidora.

Tensão

Durante oito horas, equipes de gerenciamento de crise da Polícia Federal mantiveram contado, por telefone com o detento na tentativa de libertar a refém. Policiais do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal de Brasília também foram acionados para ajudar nas negociações.

Ainda segundo o major, as negociações se estenderam por todo esse tempo porque o preso parecia estar fora de si. A todo instante ele exigia a presença de sua família, principalmente de sua filha de apenas um ano e oito meses e de sua esposa de quem tinha se separado há pouco tempo.

Segundo informações da polícia, o detento dizia ter um único desejo: ir para a praia de Canoa quebrada, tomar um banho, comer um peixe e depois se matar. "Ele era usuário de crack, por isso deve ter tido uma crise de abstinência. Não sabemos dizer se ele já tinha apresentado este quadro de surto anteriormente, mas percebemos que ele parecia estar muito confuso", disse o major.

A agente, identificada apenas como Priscila passa bem e não sofreu nenhum tipo de ferimento, mas foi levada para a hospital para averiguações médicas.

Já o detento será conduzido de volta ao presídio onde deverá responder por sequestro e crime hediondo. "Ele cometeu um crime grave dentro de uma área federal. Certamente o caso será avaliado e as medidas cabíveis deverão ser tomadas". concluiu o major José Deques.

Por Saulo Castro, especial para o DIARIODENATAL.COM.BR

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