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Tribunal de Justiça de São Paulo nega novo julgamento aos Nardoni

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de anulação do julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pelo assassinato da pequena Isabella Nardoni, 5 anos, filha de Alexandre. No julgamento do recurso, na manhã de ontem, os desembargadores foram unânimes em não aceitar os argumentos da defesa, que pedia novo júri pelo fato de os dois terem sido condenados a mais de 20 anos de prisão. Nardoni e Anna Carolina ainda podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa do casal alegou que ambos teriam o direito a novo julgamento, mesmo com a mudança do Código Penal. Pelas regras anteriores, quando o réu é condenado a mais de 20 anos, o júri é anulado e novo julgamento deverá ser realizado automaticamente. A nova lei entrou em vigor cinco meses depois da morte da criança. O processo foi relatado pelo desembargador Luis Soares de Mello, que negou o recurso. Outros dois magistrados que atuaram no caso ; Euvaldo Shaib e Salles Abreu ;, acompanharam o voto do colega. Com isso, o casal permanece preso e pena estabelecida segue valendo.

Alexandre Nardoni foi condenado, em março deste ano, a 31 anos e 10 dias de prisão ; acusado de morte cruel e sem chances de defesa da vítima ;, enquanto Anna Carolina Jatobá foi sentenciada a 26 anos e 8 meses de cadeia, pela morte de Isabella. O crime ocorreu em março de 2008 e foi considerado um dos mais bárbaros do país. Também foi um dos julgamentos mais longos, com debates polêmicos gerados pelo advogado de defesa, Roberto Podval, e pelo promotor Francisco Cembranelli, que atuou na acusação. O principal questionamento dos defensores durante o júri foi em torno da perícia feita no local onde a menina teria caído.

Isabella Nardoni morreu ao cair do sexto andar do prédio onde seu pai Alexandre e Anna Carolina moravam, na Zona Norte de São Paulo. O casal foi acusado de ter jogado a menina, argumento que foi comprovado pela perícia. O advogado de defesa chegou a contratar peritos particulares para tentar desmontar a tese da polícia, mas sem sucesso. A menina, que morava com a mãe Ana Carolina Oliveira, estava visitando o pai. A família ; que tinha outros dois filhos ; havia chegado de um shopping pouco antes de Isabella morrer.