postado em 28/09/2010 18:43
Com grande nível de informações disponíveis na rede mundial de computadores, pouca supervisão e um senso de humor questionável, fica cada vez mais frequente o registro de crianças que, com o auxílio da internet, excedem os limites para causar constrangimentos a colegas de colégio. O chamado ;cyberbulling; faz cada vez mais vítimas, a exemplo do garoto de 12 anos, aluno de um colégio particular do bairro do Ibura, hostilizado por colegas depois de, sem saber, beber um refrigerante, onde supostamente um outro garoto havia cuspido.O momento foi gravado com um aparelho celular e postado no Youtube. No vídeo, o garoto é importunado por um grupo que com sorrisos e empurrões, o incentivam a ingerir o líquido. Em um dos momentos, é possível ver a criança reagir, com tentativas de socos, que não atingem ninguém. Não foi preciso muita tecnologia ou trabalho para causar um trauma à criança, que já não quer voltar à escola por conta das frequentes ;brincadeiras; que sofre.
A queixa foi registrada na manhã desta terça-feira (28), na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), no Recife. Segundo a mãe do garoto, o vídeo foi postado há quatro meses, mas apenas agora os alunos começaram a ver e constranger o filho. ;Uma colega dele disse como encontrar e depois que ele viu, só faz chorar e dizer que quer trocar de colégio. Ele é muito ingênuo, não anda em grupinhos e acabou ficando mais vulnerável;, afirma.
O sofrimento, tido como apenas uma brincadeira inofensiva, gerou um transtorno em família. ;Eu nunca vi meu filho tão triste. Ele não entende que isso passa, que é uma fase, só sabe que está sofrendo. Até meu outro filho, mais novo, fica preocupado e pergunta o que fizeram com o irmão;, lamenta a mãe.
O pai da criança deixou de ir trabalhar nesta manhã para registrar a queixa. Para ele, a grande preocupação é mesmo sanar o problema e retirar o vídeo do ar. ;Na delegacia nos foi recomendado tentar o diálogo. Vamos nos reunir com a direção da escola e com os pais das crianças envolvidas para que o conteúdo seja excluído de forma amigável. Caso contrário, teremos que acionar os meios legais;, conclui.
Por Ed Wanderley, da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR