postado em 02/10/2010 07:30
Uma biribinha americana ; espécie de bomba que produz um forte estrondo ao estourar ; chegou a ser apontada como a causa da morte de Miguel Cestari Ricci dos Santos, 9 anos, na última quarta-feira. No entanto, as investigações já apontam: foi um tiro, disparado à queima-roupa de um revólver calibre .38, que atingiu o garoto dentro da sala de aula na Escola Adventista de Embu (localizada na região metropolitana de São Paulo). Ontem, investigadores da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, responsável pelo inquérito, ouviram pais de um colega da vítima e já suspeitam de quem teria disparado a arma, ainda não encontrada.Até a noite de ontem, outros depoimentos estavam sendo colhidos pela delegacia. Diversos colegas já foram ouvidos na presença dos pais, além do diretor da escola, Alan Fernandes de Oliveira, de 35 anos. O diretor socorreu o menino e o levou para o hospital no próprio carro, com as professoras Tayana de Morais Perce e Lígia de Oliveira Cavalcanti. Os funcionários da escola não souberam esclarecer o que teria acontecido e a polícia suspeita de omissão de informações. Perícia da Polícia Civil de São Paulo também aponta que a sala de aula onde aconteceu o disparo já havia sido lavada antes da chegada da equipe policial. Testes com o reagente químico luminol detectaram manchas de sangue que já tinham sido limpas.
Dias antes da morte de Miguel, a família soube que um colega do garoto ofereceu munição e até uma arma a ele, na escola. No entanto, ela não conseguiu saber quem teria sido o outro aluno. De acordo com a polícia, o próprio diretor da escola já havia encontrado, ainda este ano, um cartucho de calibre .12 no estojo de um colega de classe de Miguel. O resultado de um exame técnico realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) deverá ficar pronto em 15 dias, o que ajudará a esclarecer a trajetória da bala e a posição do garoto no momento do disparo.
Miguel chegou a ser atendido no Hospital Family, em Taboão da Serra, mas não resistiu. O tiro atingiu o menino pelo lado esquerdo, atravessou a cavidade abdominal e se alojou perto das costas. Uma equipe do hospital ainda tentou reanimá-lo, mas ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. O corpo de Miguel foi enterrado na tarde de quinta-feira, no cemitério São Paulo. O velório reuniu cerca de 200 pessoas, segundo estimativa da administração do cemitério. Na ocasião, estavam presentes seguranças do colégio, que tentaram impedir o registro de imagens. Familiares do garoto questionaram o fato de não ter sido chamada uma ambulância logo após o acidente, mas acreditam que o disparo tenha sido acidental.
O número
200
Número de pessoas que acompanharam o enterro de Miguel Cestari
200
Número de pessoas que acompanharam o enterro de Miguel Cestari