Estado de Minas
postado em 07/10/2010 17:31
São Paulo ; A Justiça de São José do Rio Preto (a 438 quilômetros de São Paulo) condenou oito professoras de uma creche a quatro anos de prisão pela acusação de tortura continuada de crianças. A decisão é de terça-feira. As professoras da Escola de Educação Infantil Caminho do Futuro, conhecida como Creche Caminho do Futuro, foram alvo de investigação da polícia depois de serem apontadas como responsáveis por agressões cometidas contra alunos do berçário e maternal, com até 2 anos.Segundo informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a acusação foi feita por funcionários da própria creche. Depois das denúncias, câmeras foram instaladas e registraram as agressões, em novembro do ano passado. As imagens mostram as professoras arrastando e empurrando as crianças.
Em um dos vídeos, uma das professoras incentiva a agressão entre as crianças. ;A avó e as mães das vítimas ouvidas não deixaram dúvidas no sentido de as crianças terem sofrido violência física e mental, pois, em algumas situações, chegavam em casa com hematomas e sujas, o que se constata como um desserviço prestado pelas rés como educadoras;, afirma, na sentença, a juíza Maria Letícia Pozzi Buassi.
A pena das professoras foi aumentada porque a juíza entendeu que elas exerciam trabalho análogo ao de servidor público. Elas também não poderão exercer funções públicas por oito anos. As acusadas já haviam sido demitidas pelo envolvimento nas agressões, mas negaram os maus-tratos. Elas podem recorrer da decisão em liberdade.
Histórico
Em dezembro, pouco depois do registro das agressões em vídeo, oito funcionárias foram demitidas ; três por justa causa ; e uma foi afastada. As agressões só foram descobertas porque as câmeras de vídeo foram instaladas em todas as salas de aula em novembro, depois que funcionárias passaram a desconfiar do comportamento do grupo de professoras. À época, a pedagoga L.A.R. revelou que duas professoras proibiam os alunos de repetir comida, obrigavam as crianças que não dormiam a ficar o dia inteiro em pé encostadas na parede, além de incentivá-las a se agredir mutuamente.
Além disso, a auxiliar administrativa G.C.M. contou, em seu depoimento, que uma das acusadas punha as crianças de castigo em cima das roupas sujas de fezes e urina. ;Eram situações vexatórias para as crianças, que faziam as coisas sem saber o motivo;, avaliou a delegada-titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Dálice Aparecida Ceron.