postado em 08/10/2010 16:59
Mais de 10 mil paróquias e igrejas cristãs do país participam neste domingo (10) de uma mobilização para o combate à hanseníase. Durante as missas e celebrações, os padres e outros religiosos vão alertar os fiéis sobre o diagnóstico precoce e informá-los do tratamento da doença, que tem cura. A campanha foi lançada hoje (8) na sede da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).O secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara, informou que foram encaminhadas cartas às paróquias com orientações para a mobilização. ;Ainda há muita desinformação sobre a doença;, afirmou dom Dimas.
[SAIBAMAIS]De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos da doença vem caindo desde 2003, porém o Brasil ainda aparece na lista dos países com grande prevalência da hanseníase, como a Etiópia, a Índia e o Sudão. No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou 240 mil casos em 141 países, sendo 54,6% na Índia e 15,4%, no Brasil.
Há alta incidência da doença nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, principalmente em localidades com assentamentos. Em 2003, foram registrados 51.941 casos, contra 37.610 em 2009, conforme dados do ministério.
A doença tem se manifestado com frequência entre jovens com menos de 15 anos. Em 2006, foram 3.444 casos nessa faixa etária. No ano passado, o número caiu para 2.669.
;Ela [criança] pode desenvolver a doença quando estiver adulta, como ocorre na maioria dos casos. Mas isso significa que tem um adulto perto dela com hanseníase contagiosa sem tratamento. A Igreja pode nos ajudar porque, muitas vezes, vai aonde as equipes de saúde não conseguem;, disse Maria Aparecida Grossi, diretora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase do ministério.
Segundo Maria Aparecida, o tempo de contágio e de aparecimento dos sintomas varia de três a cinco anos. Os primeiros sintomas da hanseníase são manchas brancas e avermelhadas na pele e áreas do corpo sem sensibilidade ; por exemplo, quando a pessoa corta-se ou queima-se e não sente dor no local.
A doença infecciosa atinge pele, nervos, braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz, podendo provocar deformidades físicas em estado avançado. A hanseníase é transmitida pelo ar, pela tosse ou espirro do doente. O tratamento, à base de comprimidos diários, dura de seis meses a um ano e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) dispõe de um telefone gratuito para quem quiser tirar dúvidas sobre a doença: 08000 26 2001.