postado em 21/10/2010 08:00
A partir de amanhã, as farmácias e drogarias conveniadas ao programa Aqui tem farmácia popular vão disponibilizar medicamentos para asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma a preços inferiores aos praticados no mercado. Nove medicamentos foram incluídos no programa do governo federal e vão beneficiar cerca de um milhão de pessoas. A venda a baixo custo de fraldas geriátricas também entrou na portaria assinada ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. De acordo com o diretor de assistência farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento, a inclusão das fraldas geriátricas no programa veio para cumprir uma demanda social que já era discutida em conjunto com comissões de idosos de todo país. ;Disponibilizar o produto a baixo custo para a população humaniza o processo de envelhecimento;, defende. O gasto com fraldas pelas famílias que têm idosos e que precisam dela diariamente é de cerca de R$ 200 por mês. Nas farmácias conveniadas as fraldas poderão ser adquiridas a R$ 0,71 a unidade, reduzindo o gasto mensal para R$ 85, sendo que cada usuário pode comprar até 40 unidades de 10 em 10 dias. O representante do ministério destaca que, além de melhorar a qualidade de vida da população idosa, a democratização da venda do produto também leva dignidade às pessoas dessa faixa etária.
Doenças respiratórias
Outro grupo beneficiado pela ampliação dos medicamentos do Farmácia Popular são aqueles que sofrem de doenças respiratórias. Maria de Fátima Lopes, 51 anos, sente os efeitos da asma sempre que ocorrem mudanças climáticas ou quando fica em ambientes com cheiros fortes. O gasto mensal da servidora pública para o controle da doença é de R$ 85, mas nas farmácias conveniadas ela vai poder comprar um produto similar por R$ 7. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Roberto Stirbulov, os medicamentos contemplados pelo programa do governo abrangem 90% dos casos de asma. ;Aquelas pessoas que têm quadros leves e moderados da doença conseguirão comprar os remédios nas farmácias conveniadas. Já nos casos de asma grave, os medicamentos adequados se enquadram no programa de medicamentos de alto custo e são fornecidos gratuitamente pelas farmácias do Sistema Único de Saúde.;
O Aqui tem farmácia popular está presente em 2.336 municípios, com mais de 13 mil estabelecimentos conveniados e já oferece medicamentos para o tratamento de hipertensão, diabetes, colesterol e gripe, além de anticoncepcionais. O acesso a esses medicamentos e outros produtos autorizados pelo programa do governo não é exclusivo aos pacientes do SUS. Para comprar, basta apresentar a receita médica, documento com foto e CPF.
O PERIGO DA MISTURA
Pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) realizada com 180 idosos do Distrito Federal comprova que os pacientes desconhecem os perigos do uso simultâneo de remédios convencionais com fitoterápicos. De acordo com a farmacêutica responsável pelo estudo, Ivane Graciano, plantas medicinais têm princípios ativos que podem prejudicar a saúde quando ingeridas com frequência ou combinadas com alguns medicamentos. Por isso, o consumo de soluções caseiras preparadas à base de ervas ou outras plantas medicinais deveria ser informado ao médico.
A pesquisadora constatou que mais de 80% dos idosos que sofrem de diabetes e hipertensão utilizam chás ou outras fórmulas caseiras preparadas com plantas terapêuticas e não avisam os especialistas. Ainda segundo o estudo Prevalência do uso de fitoterapia em pacientes, do programa de geriatria do Hospital Universitário de Brasília, os principais efeitos da combinação medicamentosa são intoxicação, envelhecimento acelerado e alterações das características e efeitos dos medicamentos indicados.
Exemplo
De acordo com a farmacêutica, quando um diabético toma remédio para reduzir a quantidade de açúcar no sangue, e também ingere um chá popularmente conhecido como pata-de-vaca, pode sentir fome e tremedeira, isso ocorre porque a planta também provoca queda na taxa de açúcar.
Para a pesquisadora, os profissionais de saúde também deveriam ser orientados a questionar se os pacientes fazem uso dessas substâncias e buscar melhores informações sobre seus hábitos antes de prescrever medicamentos.