Brasil

Para ONGs, defensores dos direitos humanos precisam de mais proteção

postado em 18/11/2010 17:29

Representantes de organizações não governamentais (ONGs) defenderam nesta quinta-feira (18/11) a ampliação das políticas de proteção aos defensores dos direitos humanos. ;Temos que proteger o defensor, com escoltas, com o que for, mas de forma que ele continue trabalhando;, disse o pesquisador da ONG Justiça Social Rafael Dias, durante o segundo dia do 1; Seminário Internacional do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, que termina na sexta-feira (19) em Brasília.

Para a diretora da ONG internacional Front Line, Mary Lawlor, também é preciso garantir a segurança das famílias dos defensores. As metas da organização para os próximos três anos incluem aumentar a visibilidade dos defensores e fortalecer as entidades que os protegem.

Uma pesquisa feita pela instituição durante seis meses com profissionais do mundo todo indicou que a atuação dos defensores de direitos humanos está mais difícil. ;A repressão é maior. São mais assassinatos e mais esforços para tirar a legitimidade do trabalho deles;, acrescentou Lawlor.

Diana Sanchez, diretora da Minga, organização não governamental que atua na Colômbia, destacou que, no país, os defensores têm de lidar ainda com um conflito interno armado. ;Fazemos um duplo trabalho: defender os direitos humanos e nos proteger dos abusos a que estamos expostos todos os dias;, completa.

Segundo ela, a ajuda de outros países tem sido fundamental para diminuir a violência contra os defensores na Colômbia. ;O governo colombiano é muito sensível aos relatórios da comunidade internacional porque isso mostra como o mundo vê o nosso país e isso pode significar mudanças no cenário econômico;, explica Diana.

Dados da organização revelam que cerca de 16 defensores foram assassinados por ano no país entre 2002 e 2008. A diretora destacou que o número de agressões diminuiu com a criação de iniciativas como o Programa Não Governamental Somos Defensores, em 1998; de redes internacionais (a exemplo da ABColombia) e das declarações e diretrizes da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU). ;É por causa de ações como essas que os números não são maiores;, afirmou.

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