O modelo das Unidades de Polícia Pacificadoras não é novo. O projeto carioca que começou a ser desenhado pela Secretaria de Segurança a partir de experiências de outros estados e países, como Japão e Colômbia, combina o policiamento ostensivo e a aproximação entre a população e a polícia. Durante quase dois anos, uma equipe planejou a logística para a implantação das bases fixas. Foram avaliados quantidade de armas, alcance de tiros, equipamentos públicos na favela e incursões policiais. Em dezembro de 2008, o Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul, foi o primeiro a receber uma UPP, a ;arma; do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB-RJ) nas eleições. Dois meses depois, a polícia instalou uma base em Cidade de Deus. Agora, são 12 UPPs no estado.
O ritual de invasão é o mesmo. Primeiro, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) entra e acaba com a resistência. Na maioria das vezes, os bandidos fogem antes. Na sequência, policiais recém-formados e o comando da UPP assumem o morro. Além da sede da unidade, no alto dos morros, a vigilância tem pontos fixos e carros de polícia. A partir daí, a expectativa é de que entrem as ações sociais, como médicos, obras de saneamento e de iluminação.
Dos pouco mais de mil conglomerados urbanos, 35 receberam as unidades. A maioria em favelas próximas a bairros nobres. Ainda faltam avaliações a longo prazo da eficiência dessas unidades e os próprios policiais, mal remunerados, relutam em aceitar o modelo. O estado tem mais de mil comunidades sob controle de quadrilhas armadas.
Colaborou Vinicius Sassine