Otávio Oliveira
postado em 27/11/2010 16:35
Depois de sete dias de conflitos, a Polícia Militar começou, na tarde deste sábado, a rendição de bandidos envolvidos nos atos de violência do Rio de Janeiro.O coordenador do AfroReggae, José Junior, que ajudou a PM na negociação com traficantes, anunciou por volta das 15h50m, pelo Twitter, que alguns criminosos já se renderam. Um dos líderes do tráfico, conhecido como Mister M, foi um dos primeiros a se entregar.
Um Centro de Comando da PM foi montado em um local conhecido como Grota, na entrada do Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Dois microônibus foram posicionados para transportar criminosos que queiram se render. A iniciativa da PM tem o objetivo de evitar o confronto armado.
O comandante-geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que os traficantes que estão no complexo de favelas do Alemão, na Zona Norte da capital, "devem se entregar enquanto há tempo". "Depois que entrarmos, as coisas vão ser extremamente complicadas", disse o policial. Para Duarte, "não há nenhuma chance de traficantes serem bem-sucedidos na tentativa de defesa do território". "Nossas forças têm toda a superioridade nesse momento; homens, equipamentos e munição com apoio de blindados e apoio aéreo", disse o coronel.
PMs e militares das forças armadas continuam fazendo contenções nas entradas das favelas. "Estamos chegando nos momentos finais para a retomada do Alemão. Estaremos do lado de fora por muito pouco tempo. Aqueles que querem se render devem fazer isso agora", declarou o comandante-geral da PM.
Presos isolados
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse neste sábado que todos os presos do sistema prisional federal envolvidos direta ou indiretamente com os atos do Rio de Janeiro estão entrando no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), para que não haja repasse de informações para o lado de fora dos presídios. Segundo ele, o governo está estudando a possibilidade de aumentar o tempo de enquadramento de presos no regime diferenciado. ;Um RDD mais prolongado é necessário, principalmente quando um preso tenta organizar o crime de dentro da cadeia. Isso não pode ser permitido de nenhuma maneira. O estado é mais forte que o crime e tem que agir com rigor para proteger a população;, afirmou o ministro.