postado em 01/12/2010 09:27
Brasília ; Com o número de novas infecções pelo vírus HIV estabilizado no país e as mortes em tendência de queda, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, acredita que a resposta para o que chama de sucesso do programa brasileiro de combate à aids seja o Sistema Único de Saúde (SUS).;Todos os países do mundo que não dispõem de um sistema universal, de qualidade, com grande capilaridade, fracassaram no combate à aids. No Brasil, o sucesso aconteceu porque o programa é de muito boa qualidade e se desenvolve no contexto de um sistema articulado e integrado;, disse.
Em entrevista à Agência Brasil, Temporão destacou, entretanto, que o problema da discriminação de pessoas que vivem com aids ainda é grande. ;É um desafio permanente;, avaliou. Para o ministro, é preciso que a população brasileira entenda que o avanço da ciência faz do portador do HIV uma pessoa com doença crônica e não mais alguém com uma sentença de morte.
;Fazendo o acompanhamento adequado, ela pode ter uma vida normal como qualquer outra pessoa. Pode trabalhar, casar, ter filhos;, explicou. Segundo o ministro, o país tem se destacado na luta contra a discriminação por meio de campanhas ousadas, como a do beijo entre um parceiro soropositivo e outro não. ;Sempre vejo essas polêmicas como positivas porque são questões complexas, que têm a ver com a sexualidade e com os sentimentos mais íntimos. Fazer diferente é bom para chamar a atenção;, disse.
Este ano, a campanha do Ministério da Saúde tem como tema O Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/Aids, com foco em jovens de 15 a 24 anos. O grupo, de acordo com a pasta, tem maior número de parceiros casuais em relação a adultos e cerca de 40% deles declararam não usar preservativo em todas as relações sexuais.