Brasil

Cabral diz que parceria para ocupar Alemão gerou ganho de estratégia

postado em 02/12/2010 19:36
A operação policial-militar no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, gerou um ganho de estratégia e de planejamento a partir da parceria com o Ministério da Defesa que permitirá a permanência das forças de paz no local pelo menos até outubro do ano que vem, segundo informação divulgada hoje (2) pelo governador Sérgio Cabral durante entrevista aos correspondentes brasileiros na capital argentina. Cabral acompanhou a instalação da primeira Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas (UPA) na cidade, que tem como modelo as existentes no Rio de Janeiro.

O governador fluminense disse que é preciso ter um prazo e um cronograma de trabalho relativos às unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) que serão instaladas no Complexo do Alemão e em outras comunidades do Rio de Janeiro, já que existe um novo processo em andamento. ;O conceito das UPPs é que elas absorverão novos policiais que estão sendo formados. Eles viverão um momento diferente na relação entre a comunidade e a polícia;.

Cabral afirmou que esta fase de transição entre a chegada da polícia ao território ocupado pelos traficantes e a instalação das UPPs requer um prazo. Para que ele não seja comprometido, as forças de paz do Ministério da Defesa permanecem no Complexo do Alemão.

;Esses heróis que estão lá dão tudo de si para enfrentar 30 anos de abandono;, disse. ;O Complexo do Alemão é uma comunidade que foi crescendo de tal forma que quando começamos as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (Pac), quase três anos atrás, havia um posto de saúde no local. O nível de insalubridade, de falta de condições, era gigantesco. Nós começamos as obras com a expectativa de que um dia nossa política de pacificação chegaria ao Complexo do Alemão;.

O governador do Rio de Janeiro afirmou ainda que o Complexo do Alemão cresceu desordenadamente, do ponto de vista urbanístico, enquanto a violência e a presença do poder paralelo afetaram economicamente toda a região. ;Essa violência degradou o subúrbio, degradou o Rio de Janeiro de uma maneira absurda. O que estamos fazendo é a recuperação de território para a cidadania, para as pessoas. O que está acontecendo agora no Complexo do Alemão é uma síntese dessa nossa concepção de integrar para acontecer;.

[SAIBAMAIS]Sobre as denúncias de excessos e irregularidades cometidos por alguns policiais durante a ocupação do Complexo do Alemão, Cabral disse que a Secretaria de Segurança e a Corregedoria da polícia não têm nenhum tipo de pacto com a má conduta.

;Não adianta a gente ficar elocubrando se há pessoas a quem interessam criar factoides;, afirmou o governador. "Temos que apurar tudo para verificar se houve a intenção de desmoralizar a polícia durante a operação ou se foi mesmo má conduta dos policiais. Se for má conduta, haverá punição. Se alguém usou de má-fé para fazer uma denúncia, isso também será apurado".

Sérgio Cabral afirmou que o combate aos maus policiais se intensificou em seu governo, com o afastamento de mais de mil pessoas no período. ;Não falo isso com nenhum prazer. Afastamos os policiais, rompemos a estagnação com a milícia. Em 2006, foram presos quatro milicianos. Nos quatro anos do nosso governo, já prendemos mais de 600 milicianos, inclusive políticos com mandatos de vereador e deputado;.

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