Agência France-Presse
postado em 07/12/2010 10:11
Paris - O relatório PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado nesta terça-feira (7/12), aponta que, apesar das melhorias apresentadas pelo Brasil, o país continuou abaixo da média da OCDE.Já alunos residentes na cidade chinesa de Xangai e os de vários países asiáticos estão entre os melhores do mundo em termos de compreensão escrita, matemática e ciências, destronando os da Europa, segundo o relatório PISA.
O informe também aponta que a Espanha e a Argentina se encontram entre os países que mais retrocederam em termos de educação na última década, enquanto que Brasil figura entre os que mais progrediram.
Mas a OCDE destaca que as nações latinas se encontram, apesar do progresso de muitas delas, na parte de baixo da tabela, integrada por 65 países.
O país melhor posicionado nessa região é o Chile (44;), seguido pelo Uruguai (47;), México (48;), Colômbia (52;), Brasil (53;), Argentina (58;) e Peru (63;).
Argentina, que durante o século XX foi um país de ponta em termos de educação no continente, teve um forte retrocesso entre 2000 e 2009, caindo de 418 a 398 pontos (-20 pontos).
O nível da Argentina se viu superado nesse período pelo do Brasil, que passou de 396 a 412 pontos (%2b16 pontos), assim como pelo do Chile, que subiu de 410 a 449 pontos (%2b40 pontos).
O Brasil foi um dos poucos países que aumentou suas competências nas três matérias estudadas (compreensão de leitura, matemáticas e ciências).
Em matemática, a melhoria do Brasil foi de 30 pontos.
O Brasil também figura entre os entre os países onde houve melhorias em ciências.
Apesar dos avanços, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, considerou que a qualidade da educação continua sendo deficiente na América Latina e admitiu que muitos países cortaram seus orçamentos nesta matéria por causa da crise.
"Investir para melhorar a qualidade da educação, tanto em ciência, tecnologia e inovação, é um caminho de saída da crise econômica, isso todos já reconhecem", afirmou Bokova.
Segundo a Unesco, na América Latina existem 39 milhões de analfabetos e 110 milhões de adolescentes não terminaram a escola primária.
A quarta edição desse estudo - os anteriores foram realizados em 2000, 2003 e 2006 - foi feita com 470.000 alunos de 65 países, entre eles os 34 membros desta instituição, formada pelas economias mais desenvolvidas do mundo.
A média do nível educacional da OCDE se situa nos 496 pontos, acrescenta o informe, que se focou principalmente na capacidade de leitura de alunos de 15 anos a ponto de concluir o ciclo de escolaridade obrigatória.
Os informes de 2003 e 2006 se centraram nas competências matemáticas e formação científica, respectivamente.
A edição de 2009 se centrou nos conhecimentos dos estudantes quanto à compreensão escrita e também avaliação em matemática e ciências.
Os países asiáticos ocupam a maioria dos primeiros lugares. A cidade de Xangai, "economia associada" da OCDE que apareceu pela primeira vez no estudo, lidera a classificação das três disciplinas.
Xangai destronou a Finlândia e a Coreia do Sul, que obtiveram os melhores resultados no relatório de 2006.
A Coreia do Sul se classificou em segundo lugar na compreensão escrita (na frente da Finlândia), 4; em matemáticas e 6; em ciências.
Hong-Kong, Cingapura, Taiwan e Japão se encontram também entre as primeiras posições.
Em compreensão escrita, as meninas tiveram melhores resultados que os meninos, em todos os países participantes, com uma diferença que representa "o equivalente a um ano letivo aproximadamente".
O país onde existe uma maior diferença entre alunos de ambos os sexos é a Finlândia.