Brasil

Pesquisa aponta que 98% dos municípios brasileiros têm problemas com drogas

postado em 13/12/2010 13:51
Uma pesquisa divulgada segunda-feira (13/12) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que 98% das cidades brasileiras apresentam problemas de circulação de drogas. Nesses locais há registro de consumo de substâncias entorpecentes ; inclusive de crack.

Estudo revela que em 98% da cidades brasileiras há registro de consumo de substâncias entorpecentesO levantamento ouviu 3.950 (71%) dos 5.563 municípios em todo o país. Destes, apenas 14,7% têm Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e 8,4% contam com programas locais de combate ao crack. Ao todo, 62,4% declararam não receber apoio financeiro federal, estadual ou de outras instituições.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, considerou a amostra bastante significativa. ;Estamos falando de uma geografia do crack;, disse. ;O problema alcançou uma dimensão nacional. Não está mais nas grandes cidades, mas nas áreas rurais;, completou. Para Ziulkoski, falta planejamento estratégico para enfrentar o problema.

Sobre o lançamento do Plano de Enfrentamento do Crack e outras Drogas, em maio, pelo governo federal, ele destacou que a iniciativa limitou o acesso de muitos municípios às ações, uma vez que apenas cidades com população acima de 20 mil habitantes podem ser contempladas ; um total de 1.643 (29,5%).

Para os municípios com menos de 20 mil habitantes, foi disponibilizada apenas a possibilidade de implantação de Núcleos de Apoio à Saúde da Família.

Uma das saídas, segundo Ziulkoski, seria investir em mais fiscalização nas fronteiras, uma vez que o Brasil tem 580 municípios nessa faixa. Outra estratégia citada pela CNM é a de controle da indústria química, para que o manuseio de elementos considerados essenciais para a produção de drogas diminua.

Ziulkoski lembrou que há um grande esforço do governo brasileiro para reduzir a mortalidade infantil, mas cobrou ações que combatam também a mortalidade juvenil. A previsão da CNM é que cerca de 300 mil jovens morram em decorrência do uso de crack nos próximos anos e que o país possa chegar a 10 milhões de dependentes.

O presidente da CNM descartou a possibilidade de legalização do consumo de drogas no país como solução para o problema. ;Se, na Holanda, a legalização não deu certo, imagine no Brasil. Como vamos controlar isso?;, questionou.

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