Brasil

Integrantes da Galoucura suspeitos de matar cruzeirense se dizem inocentes

Pedro Rocha Franco, Pedro Ferreira
postado em 13/12/2010 20:12
O vice-presidente da torcida, Willian Thomaz Talumbo, conhecido como Ferrugem, também se entregou

Os cinco integrantes da torcida organizada do Atlético Mineiro, a Galoucura ; Willian Palumbo, o Ferrugem, Roberto Augusto Pereira, o Bocão, Marcos Vinicius Oliveira de Melo, o Vinicin, Josimar José de Souza e Diego Felipe Jesus, o Feijão ; que se entregaram nesta segunda-feira (13/12), devem ser ouvidos na terça-feira pela equipe do chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, delegado Wagner Pinto.

Eles devem esclarecer o que ocorreu na noite de 27 de novembro, quando torcedores do Atlético e do Cruzeiro se enfrentaram na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul da cidade. Nesta segunda, todos eles negaram participação direta nas agressões que resultaram na morte do cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos. O vice-presidente da agremiação afirmou que "ao analisar as fitas, o juiz vai ver que não temos nada com o caso. Somos todos inocentes".

[SAIBAMAIS]Ferrugem explicou que a prisão de membros da diretoria está relacionado somente ao depoimento de integrantes da Máfia Azul, testemunhas da briga. "Os primeiros que eles iam falar eram os diretores", afirma Ferrugem. No sábado, o diretor de patrimônio Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, de 35 anos, foi preso e se encontra no Ceresp São Cristóvão.

Um dos advogados representante dos cinco suspeitos, Sérgio Isaías Soares Meira, disse que "os integrantes que se apresentaram não estão nas imagens. Nem os membros da Galoucura conseguem identificar os agressores". Três deles confirmaram estar envolvidos na briga, mas não ligados diretamente às agressões brutais contra Otávio, que foram exibidas na imprensa na semana passada. A vítima foi espancada e teve a cabeça esmagada com cavaletes de trânsito. Outro cruzeirense, Rodrigo Marques de Oliveira, de 39, sobreviveu às agressões. Ele teve o braço fraturado, sofreu um corte na cabeça e traumatismo de face.

O delegado responsável pelo inquérito, Breno Pardini Cezário, da Homicídios Sul, conta que o laudo de necropsia concluiu que as agressões contra o cruzeirense foram dirigidas à cabeça. "Um crime bárbaro, com pauladas e golpes diversos", disse o policial, que conseguiu localizar testemunhas e outras vítimas com lesões leves.

O vídeo com imagens das agressões, segundo o delegado, é uma prova complementar. "Simplesmente foca uma parte das agressões sofridas pela vítima, não abrangendo as sofridas pela vítima Rodrigo, nem mesmo as agressões que chegaram a derrubar a vítima ao solo, ou seja, as imagens mostram um momento delimitado da agressão contra Otávio", disse Pardini.

O inquérito policial já tem 300 páginas e 20 testemunhas foram ouvidas, entre elas policiais militares.

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