Brasil

Queda no índice de nascimentos em todo o país foi mais acentuada no Sul

postado em 15/12/2010 08:05
Maria Madalena, com as filhas Samantha, Júlia e Mariana: Em um espaço de oito anos o número de nascimentos no Brasil caiu quase 10%. Foram 3,2 milhões há uma década contra os 2,9 milhões registrados em 2008. De acordo com o Levantamento Saúde Brasil 2009, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, apenas a Região Norte apresentou crescimento; todas as demais indicam queda no número de bebês nascidos. No Sul, o índice é considerável: 17,7% de nascimentos a menos nesses oito anos, perto do dobro da média nacional.

E se a realidade da taxa de natalidade no país é de queda, talvez seja possível que nem a Região Norte mostre-se uma exceção. O aumento, segundo o Ministério da Saúde, pode ter ocorrido devido à melhora de cobertura do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e não necessariamente houve crescimento real de nascimentos.

Segundo a pesquisa lançada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, a gravidez entre crianças, adolescentes e jovens adultas ; de 10 a 24 anos ; também apresentou tendência de queda, sendo que 93% dessa redução ocorreram na faixa etária de 15 a 24 anos. Mas de acordo com o Ministério, a fecundidade no país ainda é precoce e quase metade dos partos é de mulheres de até 24 anos.

Rede pública
Outro fato relevante da pesquisa está no maior número de grávidas com idade de 30 a 34 anos ; 73% no período ; e no índice de cesarianas, também em alta, sendo que mais da metade dos partos realizados no Centro-Oeste, no Sul e no Sudeste são cesáreas. Segundo Otaliba Libânio, diretor do departamento de Análise de Situação e Saúde do Ministério da Saúde, esta tendência ganhou proporções notáveis nos últimos sete anos. ;A partir de 2003, aumentou a idade média das mães no momento do parto, revertendo a tendência de elevação do índice de fecundidade nas mulheres muito jovens, observada décadas anteriores;, afirma. A idade média das mães brasileiras aumentou de 25,1 em 2000 para 25,7 em 2007.

Maria Madalena, hoje com 35 anos, teve sua primeira filha há dez anos. ;Só a Samantha nasceu de parto normal, as outras duas eu tive de cesariana mesmo;, conta. Júlia, 5, e Mariana, 2, nasceram na rede privada, enquanto Samantha nasceu na rede pública. A família, que mora em Samambaia Norte, é um exemplo de como nascem os brasileiros: o número de cesarianas no Brasil cresceu 23% entre 2000 e 2007, mesmo período do nascimento das três irmãs.

Há dez anos, a quantidade de cirurgias desse tipo no Centro-Oeste era 21,9% menor. Mas o crescimento foi ainda maior nas duas regiões onde o parto normal ainda supera os cesáreos: Norte e Nordeste. A tendência é que nos próximos anos as cesarianas ocorram com mais frequência em todas as regiões. No Nordeste, por exemplo, o número dessa cirurgia sofreu aumento de 43% nesse período.

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