Estado de Minas
postado em 18/12/2010 16:48
O advogado de Sérgio Rosa Sales - primo do goleiro Bruno -, Marco Antônio Siqueira, reafirmou, neste sábado, que o acusado não participou do desaparecimento e da morte de Eliza Samúdio e disse que pretende entrar com um recurso contra a decisão da Vara do Tribunal do Júri de Contagem. Nessa sexta-feira (17/12), a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues pronunciou Sérgio, Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Junto com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, os trão devem ir a júri popular.Sérgio Rosa Sales é uma das peças chave para a investigação do caso. De acordo com o advogado, a sentença surpreendeu a defesa do acusado, que deveria ter sido tratado como testemunha. "Continuamos insistindo na soltura, porque Sérgio é réu primário, é trabalhador e tem bons antecedentes", explicou Siqueira.
O advogado reafirmou que Sérgio era frequentemente convidado para festas no sítio do goleiro, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entretanto, ainda segundo Siqueira, Sérgio não conhecia Eliza e não colaborou com o desaparecimento dela. "Ele não trouxe Eliza do Rio, não a levou para lugar nenhum, se é que ela foi levada", completou.
Abalo psicológico
Sérgio teria ficado psicologicamente abalado por ter sido o único, entre os nove acusados de participação, a ter participado da reconstituição do crime, no sítio em Esmeraldas. Ele chegou a enviar uma carta à juíza Marixa Fabiane, em que confirma ter sido cooptado a passar informações incorretas sobre os detalhes do crime. Ele estaria sendo ameaçado sob a alegação de que, se não compactuasse com o esquema, a mãe dele perderia a casa em que mora, comprada pelo goleiro.
De acordo com Marco Antônio Siqueira, Sérgio sempre foi visto pelo grupo como um desertor por estar contribuindo com a justiça. Os advogados de defesa têm até amanhã para entregar as alegações finais a justiça. A juíza Marixa Rodrigues deve pronunciar se os réus vão a júri popular no dia 10 de dezembro.
Foram soltos, na madrugada deste sábado, outros quatro réus no processo. A liberdade da mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, a ex-namorada dele, Fernanda Gomes de Castro, o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva, e Wemerson Marques, o Coxinha, também foi dada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues.
Dayanne, Fernanda, Silva e Coxinha foram pronunciados por sequestro e cárcere privado, e poderão responder ao processo em liberdade. Dayanne e Fernanda deixaram a Penitenciária Estevão Pinto, na região leste de Belo Horizonte, por volta de 1h20, acompanhadas pelos advogados, onde parentes esperavam por elas. Silva e Coxinha saíram da Nelson Hungria, em Contagem, por volta das 2h, também com os advogados. Os familiares deles estavam na casa do Coxinha, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde uma festa foi preparada para receber os dois.