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Continuidade dos estudos é problema na educação básica, aponta Censo 2010

Os dados revelados pelo Censo Escolar 2010 provocam uma reflexão acerca da continuidade do ensino. Isso porque o número de matrículas das fases iniciais da educação básica são bastante superiores ao número presente nas fases finais e, especialmente, no ensino médio. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim Soares Neto, reconhece que o sistema escolar retrata a imagem de um ;funil;, mas defende o papel do governo como incentivador do aumento da escolarização nas etapas de ensino mais elevadas. ;É visível o esforço que está sendo feito para tornar o ensino médio mais atrativo, para que os jovens continuem a buscá-lo cada vez mais;, afirmou Neto. Aliar a formação profissional à tradicional e explorar os recursos tecnológicos são alternativas para esse desafio.

O Ministério da Educação (MEC) também destacou no levantamento o avanço da educação profissional, cujas matrículas cresceram 74,9% entre 2002 e 2010. Já em relação à educação especial (inclusiva) foi constado um aumento de 10% no número de matrículas de 2009 para 2010. Quanto ao número de alunos incluídos em classes comuns do ensino regular e em Educação de Jovens e Adultos, o aumento foi de 25%. Nas classes especiais e nas escolas exclusivas, houve diminuição de 14% no número de alunos. Para o MEC, essa diferença representa o êxito da política de inclusão na educação básica. O Censo revelou ainda que, em 2007, 62,7% do total de matrículas da educação especial estavam nas escolas públicas e 37,3%, nas escolas privadas. Em 2010, essa proporção mudou para 75,8% e 24,2%, respectivamente. (LL)