Diário de Pernambuco
postado em 21/12/2010 13:17
Quem era Rogério Damascena, o homem que assassinou a esposa e o padrinho do seu casamento durante a festa? Horas após o assassinato, a resposta de amigos e familiares era quase sempre a mesma: um rapaz tranquilo. Todos perplexos com o desfecho de uma história de amor. Um dia depois, porém, outras versões começaram a aparecer. Relatos da família e de pessoas ligadas à noiva, Renata Alexandre Costa Coelho, 25, redesenharam o perfil do noivo, desta vez como uma pessoa calma, mas com rompantes de ciúmes. Em um deles, durante uma reunião de amigos, alguns meses atrás, Rogério teria discutido e chegado a empurrar o marido de uma sobrinha de Renata, achando que o homem estava flertando com a noiva. Por causa do episódio, a moça não teria ido ao casamento da tia, realizado em um condomínio de luxo em Aldeia, Camaragibe.A hipótese de traição foi descartada por amigos e familiares dos três envolvidos - o casal e Marcelo André Zloccowick, gerente financeiro da empresa onde Rogério trabalhava como vendedor. Além da motivação, a polícia ainda não esclareceu o paradeiro da arma. Mas a família da noiva acredita saber quem escondeu possivelmente uma pistola 380.
Ontem (20), o irmão de Renata e dono da casa em Aldeia onde os crimes aconteceram, o empresário do ramo de medicamentos Roberto Guerra, 44, prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). À imprensa ele disse que atribui os crimes ao ;ato de um sociopata`. ;Se foi esquizofrenia, porque outra pessoa ocultaria a arma?`, questionou. Guerra disse que ninguém da família da noiva tinha conhecimento de um possível tratamento psicológico que Rogério estivesse sendo submetido. ;Isso seria com a família dele. Não sabíamos de nada. Não sei se ele era bipolar`, garantiu.
O advogado da família de Renata Coelho, Hisbelo Oliveira, foi taxativo ao afirmar que, para a família da noiva, o assassinato foi motivado por ciúmes. ;Ele era uma pessoa extremamente ciumenta. Quando focava alguém...`, disse o advogado. Roberto Guerra, que assim como a irmã é formado em direito, disse que Rogério nunca agrediu Renata. Mas relatou dois episódios de acessos de ciúmes. ;Um foi em uma reunião social em que ele teve ciúmes do marido da minha sobrinha. Ele discutiu, chegou a empurrar o rapaz e quem estava próximo apazigou a situação. Meses depois, eles estavam novamente em uma roda de amigos e ele pediu para ir embora. Dentro do carro, ele teve um acesso de ciúmes`, disse.
Uma amiga de faculdade de Renata, que não quis se identificar, disse que ela havia dito que o noivo ;tinha um gênio horrível`. De acordo com ela, em 2008, o casal ficou dois meses separados.
Segundo outra colega da faculdade, Renata já havia contado para algumas amigas que o noivo era ciumento e que ele cobrava ciúmes dela. ;Quando ela estava no carro com ele, não podia nem olhar para os lados`, contou outra amiga. Além de advogada, a noiva era defensora pública do município de Amaraji, na Mata Sul.