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Delegada é morta por ex-namorado dentro de delegacia em Guarulhos (SP)

postado em 24/12/2010 08:42
São Paulo ; O ex-policial civil Fábio Agostino Macedo, 33 anos, assassinou, na madrugada de quinta-feira, a delegada Denise Quioca, de 28, sua ex-namorada. O crime aconteceu dentro do 1; Distrito Policial de Guarulhos, na Grande São Paulo, no momento em que Denise fazia plantão. O casal namorou por nove anos e estava separado desde janeiro. Contra Macedo pesava uma queixa de agressão, registrada pela vítima.

De acordo com os relatos, o assassino teria chegado à delegacia para conversar com a ex-namorada, mas a conversa se transformou em discussão e os ânimos se acirraram. Macedo então teria ido ao banheiro e, quando voltou, carregava um revólver em cada mão e abriu fogo contra a delegada. Denise foi atingida por 17 tiros e morreu na hora. O motivo do crime seria passional, já que, segundo testemunhas, o ex-policial não se conformava com o fim do relacionamento.

Fábio Macedo foi expluso da Polícia Civil paulista no último dia 9, acusado de abuso de poder, lesão corporal e porte ilegal de arma. Ex-investigador, ele também responde a acusação por tráfico de drogas. Depois de assassinar a delegada, por volta das 4h, o acusado jogou as pistolas que portava em um sofá e, de braços erguidos, se entregou para três agentes que estavam de plantão.

O ex-policial foi preso em flagrante e levado algemado para a Corregedoria da Polícia Civil (PC), no Centro de São Paulo. As armas usadas pertencem à Polícia Civil. Elas foram apreendidas e serão periciadas. A corporação anunciou que vai investigar o motivo pelo qual Macedo continuava com as pistolas, mesmo depois de ter sido exonerado, há 15 dias.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Fábio Macedo era investigador desde 1997. Embora Denise tenha registrado a ocorrência em que acusou o ex-policial de agressão, nada havia sido feito contra o rapaz. Ela já havia casado novamente com um oficial da Polícia Militar.

O corpo da delegada foi conduzido para o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, liberado. Denise foi enterrada ontem, na presença de amigos e familiares, que, emocionados, não quiseram comentar o episódio.


Cerca de 2 mil militares no Alemão

Rio de Janeiro ; Cerca de um mês desde a ocupação de duas das mais perigosas favelas do Rio, cerca de 2 mil militares estão hoje nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da cidade. O acordo, que define a organização e as atribuições da Força de Pacificação do Exército nas comunidades foi assinado ontem, mas as ações militares dentro dos complexos já haviam começado na quarta-feira. Os militares foram divididos em três batalhões: um responsável pelo Complexo do Alemão, outro pelo Complexo da Penha e um terceiro pelo entorno das duas comunidades. Os militares estão revistando e prendendo suspeitos com apoio dos policiais.

As polícias Civil e Militar também integram a Força de Pacificação, sob comando do Exército, e são responsáveis pelos cumprimentos de mandados de prisão e de busca e apreensão dentro das residências.

;O objetivo desse acordo é definir os espaços e estabelecer linhas de entendimento. A relação do governo do estado com o governo federal tem sido muito boa. E a relação operacional das polícias Militar e Civil com o Exército também tem sido extraordinária. É uma ação que vai dar lucro à população local;, disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Segundo o ministro, o Exército tem suas regras de engajamento bem definidas e, por isso, ele não acredita que as ações militares sejam questionadas na Justiça, como aconteceu na Operação Rio, realizada em 1994 e 1995, quando o Exército ocupou favelas do Rio. ;Os equívocos que se cometeram em 94 não vão se repetir neste ano;, afirmou.

As ações do Exército nos dois complexos serão filmadas pelos próprios militares. Segundo o comandante da Força de Pacificação, general Fernando Sardenberg, o objetivo é registrar cada intervenção dos militares, como medida de precaução.

;Essa é uma precaução nossa. Em cada patrulha que fazemos, existe um cinegrafista ou fotógrafo, para que a coisa fique bem registrada com relação à forma como estamos atuando;, afirmou o general.

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