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Menino de 4 anos anos tem CPF clonado e é acusado de dever R$ 30 mil

Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial
postado em 08/01/2011 08:00
O vendedor Eduardo Matos Caminhas, morador de Montes Claros (MG), foi surpreendido com a cobrança de dívidas, que somam aproximadamente R$ 30 mil, em nome do seu filho de 4 anos. O motivo da cobrança: o CPF da criança foi clonado em Ribeirão Preto (SP), onde foram feitas diversas compras em seu nome, incluindo até a aquisição de um carro, no valor de R$ 24,3 mil. O menino também teve o nome incluído no cadastro de devedores da Serasa.

;Fiquei assustado, pois nunca fui a São Paulo e não conheço Ribeirão Preto;, conta o vendedor. Ele contratou o advogado Andrei Mendes Santos, que entrou com uma ação para anular as dívidas, pleiteando também a indenização de danos morais por parte das empresas que fizeram as vendas para o responsável pela clonagem do CPF da criança.

A família tinha providenciado a emissão do CPF do garoto em 2008, para que ele pudesse receber um benefício da Previdência Social, tendo em vista que nasceu com uma doença grave (câncer em um dos olhos). Para o recebimento do pagamento era necessária a abertura de uma conta bancária em nome da criança.

O CPF do menino teria sido clonado logo depois da sua emissão. Também foi retirado um cartão de crédito em nome da criança. As compras com o uso irregular do número do CPF foram feitas de agosto de 2008 a abril de 2009. Mas foi somente em julho do ano passado que o vendedor Eduardo Matos tomou conhecimento de que o documento do seu filho havia sido clonado. Na ocasião, ele recebeu uma correspondência pelos Correios, cobrando a fatura de cartão de crédito, emitido por uma agência bancária de Ribeirão Preto. ;Na hora, tive que dar explicações para minha mulher, que perguntou se eu tinha feito empréstimos em nome do meu filho;, recorda.

Clonado a prazo
Eduardo Matos alega jamais ter perdido o cartão do CPF do filho de 4 anos e não usou o documento para mais nada, a não ser a abertura da conta bancária para receber o benefício previdenciário. Segundo Eduardo, a partir da clonagem do CPF, também teria sido retirada uma carteira de identidade falsa em nome da criança.

Além do carro e do cartão de crédito, o CPF clonado foi usado para compras a crédito em uma loja de departamentos (Magazine Luiza), em duas parcelas que somam R$ 215,00; e em um supermercado (Carrefour), onde as mercadorias adquiridas totalizam R$ 1.456. Foi enviada para a casa da família, na Vila Ipiranga, em Montes Claros, uma cobrança de um banco, no valor de R$ 747, referente às despesas de cartão de crédito, mas sem mencionar as compras que geraram o montante.

Ainda não se sabe quem cometeu a fraude. Porém, o advogado Andrei Santos disse que recebeu a informação de uma loja de departamentos de Ribeirão Preto de que a pessoa que usou o CPF clonado do garoto seria morador de uma favela daquela cidade. (LR)

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