postado em 12/01/2011 09:13
Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde informou que 16 estados brasileiros são considerados como região com alto risco de desenvolvimento de surtos de dengue. A presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem com integrantes do primeiro escalão para organizar ações contra a doença neste verão. Em seguida, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou um plano de combate à dengue que envolve a cooperação de outras 12 pastas e vai priorizar 70 municípios que estão em estado de alerta, incluindo quase todas as capitais brasileiras.A situação é pior no Nordeste, onde todos os estados têm alto risco de epidemia. Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão na mesma situação. Em Roraima, no Amapá, em Goiás, no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais o risco é considerado alto. No Distrito Federal, em Rondônia, em São Paulo e no Paraná, moderado. Devido às temperaturas mais baixas, o Rio Grande do Sul tem áreas com risco de transmissão focalizada, e Santa Catarina nunca enfrentou problemas com a doença.
O ;risco dengue; foi calculado utilizando seis indicadores diferentes que avaliam fatores como incidência de casos de dengue nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti, cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo e densidade populacional. Para a avaliação dos municípios com mais de 100 mil habitantes é utilizado o Levantamento Rápido dos Índices de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), onde são identificados criadouros predominantes e o índice de infestação de larvas por grupo de 450 imóveis. Taxas superiores a 4% indicam que há risco de surto de dengue.
De acordo com o último LIRAa, realizado em 2010, a maioria dos criadouros de mosquitos das capitais das regiões Norte e Nordeste se encontram em residências que não recebem água encanada e precisam recorrer a caixas d;água e outras formas de armazenamento de água. No Sudeste e no Sul, os vilões são os depósitos domiciliares, como piscinas sem tratamento e pratos e vasos de planta. Já no Centro-Oeste as larvas se desenvolvem no lixo, nas poças d;água formadas em qualquer objeto descartado que consiga acumular água.
Na força-tarefa de 13 ministérios ; mais de um terço da Esplanada ; formada para combater a doença, o objetivo é implementar, dentro de cada área de atuação, ações de prevenção e controle, além de atenção ao paciente. Na próxima semana, o ministro Alexandre Padilha deve se encontrar com os secretários dos 16 estados com alto risco de surto de dengue para discutir ações programáticas. ;A orientação da presidente é que façamos um monitoramento permanente das ações com os secretários estaduais de saúde e os municípios de mais alto risco;, disse. Ainda segundo Padilha, o ministério vai implementar um sistema de informação de acompanhamento dos casos e de óbitos suspeitos de dengue.
Do montante apresentado como piso financeiro de vigilância e promoção da saúde ; que totaliza R$ 1,08 bilhão ; apenas R$ 61,4 milhões foram detalhados na preparação para o verão 2010/2011, sendo que está previsto o gasto de R$ 40 milhões em campanhas de mídia.
Criadouros predominantes
Região - Abastecimento de água (caixas d;água,tambores, etc) - Depósitos domiciliares (vasos e pratos de plantas, ralos,piscinas, etc) - Lixo (resíduos sólidos)
Norte - 48,8% - 22,6% - 28,6%
Nordeste - 72% - 19,3% - 8,7%
Sudeste - 22,3% - 51,8% - 25,9%
Centro-Oeste - 26,7% - 34,6% - 38,7%
Sul - 0% - 75% - 25%
Sob cuidados
Capital - LIRAa* 2010
Salvador - 3,5
Cuiabá - 3,4
Palmas - 2,7
Rio de Janeiro - 2,4
Maceió - 2,4
Belém - 1,9
Recife - 1,9
Goiânia - 1,6
Aracaju - 1,6
Manaus - 1,5
Boa Vista - 1,4
Fortaleza - 1,2
Vitória - 1,2
Natal - 1