postado em 12/01/2011 09:18
No último 21 de dezembro de 2010, um grupo do pelotão da Polícia Militar de Alto Paraíso marchava pela rua principal da cidade com um grito de guerra: ;Nós não viemos para brincar!”. A marcha representava a chegada de estagiários à equipe da PM, em cumprimento a uma etapa prevista no plano de ensino da Academia de Polícia Militar. O anúncio da chegada ocorreu um dia após uma reunião entre integrantes da comunidade local, das forças policiais e do Judiciário. Em pauta, a frágil segurança pública no município de Alto Paraíso de Goiás, localizado a 230km de Brasília. Menos de um mês depois, os habitantes se veem desamparados. Isso porque, desde a última segunda-feira, a Polícia Civil investiga um suposto estupro, que teria sido cometido por um estagiário da Polícia Militar contra uma moradora do local.A Corregedoria do órgão informou nessa terça-feira (11/1) ao Correio que iria instaurar um procedimento administrativo para apurar o caso. O estagiário foi enviado para Goiânia e continuará na academia, com a possibilidade de fazer o estágio em outra cidade.
No bar
O estupro teria acontecido na madrugada do último sábado, mas o policial nega a acusação. Segundo a assessoria da PM, ele estava em um bar com uma mulher casada e, de lá, os dois foram para a casa do policial. Teoricamente, com o consentimento da mulher. ;Em um dado momento, a mulher surtou e saiu da minha casa;, relatou o acusado ao tenente coronel Divino Alves de Oliveira, assessor de comunicação da PM goiana. Segundo Alves, a situação do estagiário é regular até a conclusão das investigações. A mulher foi encontrada nua no meio da rua. De acordo com os moradores da cidade ouvidos pelo Correio, o policial apresentava sinais de agressividade quando estava no bar, pois instigava com ameaças homens que passavam em frente ao estabelecimento. A polícia civil do município está colhendo depoimentos de testemunhas desde segunda-feira. Enquanto o caso segue sob apuração pela polícia, a população local se mostra revoltada e desconfiada.
Na segunda-feira pela manhã, dezenas de pessoas fizeram uma manifestação na porta da delegacia. De acordo com o morador da cidade e fundador do Movimento de Vizinhos por uma Cidade Melhor, Daniel Alejandro, o objetivo foi pressionar a polícia pela investigação. ;A população está com medo da polícia. Os moradores estão sendo abordados com muita agressividade, enquanto os ladrões estão livres.;