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Franco da Rocha inicia limpeza de casas, comércio e órgãos públicos

postado em 14/01/2011 17:23
A vida em Franco da Rocha, cidade situada na região metropolitana de São Paulo, começou hoje (14) a voltar à normalidade, depois de três dias embaixo da água. A cidade foi inundada devido à enchente provocada pela chuva e forte e à abertura da comporta da Represa Paiva Castro.

Segundo o prefeito Márcio Cecchettini, a situação pode ser considerada estável. Há apenas prejuízos financeiros, disse ele. Durante a manhã, comerciantes e funcionários de órgãos públicos trabalhavam na limpeza das lojas e sedes dos serviços municipais.

A prefeitura foi o primeiro local a ser limpo para que Cecchettini pudesse retomar suas atividades do local, já que, até então, ele estava trabalhando na sala de uma escola localizada em uma área alta da cidade. Depois, serão limpos outros edifícios e equipamentos municipais para que possam ser avaliados os prejuízos. O prefeito deverá se reunir com membros da Associação Comercial para avaliar os prejuízos sofridos por Franco da Rocha.

De acordo com o prefeito, a parte central do município foi construída às margens do rio, motivo pelo qual são comuns as enchentes, mas a abertura da represa contribuiu para que a alta das águas fosse maior desta vez. ;Não tem o que fazer. A represa tem a capacidade de armazenamento de água. Se chegasse ao limite e se rompesse, a catástrofe seria pior;, afirmou Cecchettini.

Ele disse que já estão em andamento obras para o desassoreamento do Rio Juqueri, que corta a cidade, e lembrou que, ontem (13), em visita à cidade, o governador Geraldo Alckmin prometeu recursos para a construção de piscinões que devem ajudar a minimizar o problema.


O coordenador da Defesa Civil do município, Donizete Bernardo Antônio, informou que cerca de 80 casas foram atingidas pela enchente. Os moradores foram para casas de amigos e parentes e não houve mortos ou feridos. Havia uma escola preparada para abrigar as pessoas, mas não foi preciso usá-la. ;Agora temos que contabilizar a situação oficial e amparar essas pessoas;.

Antônio disse que moradores de todos bairros da cidade estão sendo informados sobre as precauções a serem tomadas caso a chuva recomece. As principais recomendações são para que a população fique em casa, se não for extremamente necessário sair, evitar sair de carro ou ir a locais onde houve enchente. A Defesa Civil avisa ainda que não se deve deixar o carro estacionado na porta de casa para não atrapalhar a passagem das máquinas que estão auxiliando na limpeza da cidade.

Na área comercial mais atingida, embora preocupados com a volta da chuva, os lojistas limpavam as salas para começar a contar as perdas. Hoje funcionários retiravam a lama de uma farmácia que perdeu todos os produtos armazenados nas duas primeiras prateleiras. Segundo o gerente, Luiz Koch, a água entrou pelos fundos da loja.

;Estamos limpando pela segunda vez e vamos esperar que o rio não suba mais. Hoje é o quarto dia sem vender, mas acho que voltaremos ao normal provavelmente só na segunda-feira. Amanhã, ainda vamos arrumar toda a aparelhagem, porque algumas partes dos computadores foram molhadas, vamos fazer um balanço para avaliar as perdas."

Ele disse que muita coisa foi perdida, mas ressalta que, como morador da cidade, sabe que, se não se abrisse a comporta, poderia acontecer coisa. "Mas acho que eles deveriam ter aberto antes, e mais devagar, para evitar que inundasse tanto.; afirmou Koch.

O gerente de uma loja de móveis, João Batista Pinto, contou pelo menos 400 peças perdidas na enchente. A loja precisou alugar uma caçamba para jogar no lixo os móveis estragados. ;Ainda não sei o valor do prejuízo, mas foi muita coisa. A água subiu um metro mais ou menos, o que já é suficiente para estragar muita coisa, porque os móveis estufam e não há o que aproveitar;.

Para evitar novas ocorrências desse tipo, ele pretende elevar a altura do piso. Atualmente, quando há previsão de chuva forte, as mercadorias são levadas para o andar de cima da loja.

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