postado em 16/01/2011 12:18
O comércio de roupas íntimas, ponto alto da economia da cidade, que tem fins de semana sempre movimentados com clientes de todos os estados à procura das melhores ofertas, enfrentou ontem (15) o primeiro sábado após a tragédia das chuvas dos últimos dias na na região serrana do Rio. Foi um sábado atípico para Nova Friburgo, conhecida como capital nacional da moda íntima.Logo na entrada do município, as inúmeras lojas de lingérie, que costumam aproveitar a estação de férias para alavancar as vendas, estavam de portas fechadas. Em vez do vai e vem de clientes à procura de produtos mais atrativos, o que se via era muita lama, sujeira e entulhos que restaram após as inundações.
A cidade abriga o Polo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região, que engloba, além das empresas friburguenses, as de municípios vizinhos, como Bom Jardim, Cordeiro, Cantagalo, Duas Barras e Macuco. São cerca de 900 confecções responsáveis pela geração de mais de 20 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, e por um faturamento anual que gira em torno de R$ 600 milhões.
Emociana, Vânia Ribeiro, que trabalha neste setor do comércio local, diz que o município vai demorar para se recuperar. ;Muita gente vem do Rio e de outros lugares para comprar aqui com a gente. Agora, do jeito que a cidade ficou, vai custar até as pessoas terem coragem de vir para cá. A cidade ficou arrasada.;
Assim como no setor de moda íntima, a maioria das lojas de outros ramos permaneceu fechada durante todo o dia. Alguns poucos comerciantes decidiram abrir as portas para limpar as lojas. Usando botas de borracha ou proteções improvisadas como sacos plásticos nos pés, muita gente tirava de dentro das lojas a água barrenta que causou prejuízos ainda incalculáveis.
Em frente a uma padaria, próxima à Oraça Demerval Barbosa Moreira, no centro da cidade, uma montanha de pães estragados ocupava parte da pista.
Conhecida como ;Suíça Brasileira;, por sua colonização, Nova Friburgo enfrenta nestes dias trânsito caótico, com muitas vias interditadas para limpeza e resgate de vítimas e também por causa do acúmulo de lama, de pedras e de troncos de árvores arrastados pela enxurrada. Além disso, enquanto esperam nas enormes filas de carros que se formam nas ruas, os motoristas precisam abrir caminho para os veículos de serviços, com ou sem sirene, que percorrem a cidade.