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Advogado pede fechamento da Galoucura e prisão de envolvidos no assassinato

Estado de Minas, Cristiane Silva/Estado de Minas
postado em 20/01/2011 20:27
O advogado da família do cruzeirense Otávio Fernandes entrou com dois recursos na Justiça mineira no processo que acusa membros da Galoucura da morte do jovem de 19 anos, ocorrido em novembro do ano passado depois de uma briga entre torcedores na Savassi, Região Centro-Sul de BH. O Ministério Público Estadual havia denunciado 12 integrantes da torcida organizada que teriam participado da agressão. Cinco suspeitos tiveram prisão temporária decretada, mas foram libertados no último dia 11 por decisão do juiz sumariante do 2; Tribunal do Júri, Maurício Torres Soares, que alegou falta de provas para manter os atleticanos presos.

[SAIBAMAIS]No primeiro recurso, encaminhado ao 2; Tribunal do Júri de Belo Horizonte, o advogado Angelo Carbone alega que a família de Otávio, testemunhas e até outros criminalistas envolvidos no caso vêm sofrendo ameaças de membros da agremiação. Por isso, Carbone pede a revisão da prisão dos 41 indiciados pelo assassinato de Otávio, ou pelo menos dos 12 denunciados. Além das prisões, o criminalista pede ao tribunal que os envolvidos façam a reconstituição do crime, para verificar a participação de cada um na agressão.

Carbone também entrou com um mandado de segurança com pedido de liminar junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). No texto, o advogado reafirma as ameaças sofridas pela família do torcedor do Cruzeiro e pede o fechamento da Galoucura. Em trechos do mandado de segurança, Carbone afirma que o relatório apresentado pelo delegado Breno Partini Cezário, detalhando a ação de cada envolvido na agressão ao cruzeirense, qualifica a Galoucura como uma organização criminosa. ;Notamos que o relatório (...) demonstra com clareza e transparência, todos os atos criminosos praticados por cada um dos 41 corréus, e numa demonstração global, uma espécie de administração criminosa, onde um presidente e um vice presidente de uma associação, uma torcida, ou seja lá que nome nefando se dá a essa formação de quadrilha, que reitero administra a pratica de crimes que culminaram, em lesões corporais, homicídios e tentativas;, disse o advogado.

Em outro trecho do recurso, Angelo Carbone solicita que as atividades da Galoucura sejam suspensas enquanto o processo corre na Justiça para evitar que outros episódios violentos ocorram. O defensor faz ainda uma referência à Gestapo, a polícia secreta do regime nazista da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial. ;(...) é caso de que a mesma seja fechada, pelo menos por hora, até que se adeque as determinações emanadas pelo Ministério Público, que seus dirigentes sejam substituídos por pessoas idôneas e que não se relacionem com os crimes aqui narrados, e que se tenha certeza de que seja uma entidade dirigida para o bem dos torcedores e não uma GESTAPO, onde sob o manto de uma torcida, se mata e coloca a culpa num TUMULTO; (...) ;Que seja apreendido todo o material ali existente, seja realizado busca e apreensão de material ou armas que coloque em risco a criatura humana, bloqueando-se contas dessa associação, eventuais bens móveis e imóveis, e de seus direitos para garantir ações indenizatórias das vítimas;, afirma Carbone.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o Fórum Lafayette ainda não confirmaram que os recursos foram protocolados. Em consulta ao processo, é possível verificar que, no dia 18 de janeiro, um recurso sem efeito suspensivo, ou seja, que não impede o andamento do processo, foi recebido pelo TJMG.

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