postado em 22/01/2011 14:58
São Paulo ; O padre brasileiro Landell de Moura, que inventou o rádio há mais de 100 anos, ainda não é apresentado nas escolas como um dos grandes idealizadores das telecomunicações. É justamente esse descuido histórico que o Movimento Landell de Moura (MLM) busca corrigir. A organização é formada por pesquisadores, jornalistas e entusiastas do rádio.![](https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2011/01/22/233715/20110122150049794831a.jpg)
Mas as assinaturas no documento são pouco perto da ;magnitude do movimento;, de acordo com Ribeiro. ;O que realmente faz a diferença é a divulgação ampla, sobretudo pelos meios de comunicação;. Além disso, ele destaca as ações de reconhecimento pontuais feitas por órgãos públicos. Ontem, por exemplo, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) colocou em circulação um selo em homenagem ao padre.
Apesar de toda a documentação, experimentos públicos e até reportagens sobre os trabalhos de Landell para a transmissão de voz pelo ar sem condutores, a fama de "pai do rádio" acabou ficando para o italiano Guglielmo Marconi. Ribeiro atribui o desfecho a diversos fatores, entre eles a nomenclatura dos inventos e o conservadorismo da sociedade brasileira à época.
Na opinião do jornalista, ;o caldo cultural do Brasil; no período não era favorável a Landell. ;Os mais graduados o viam como louco e os menos graduados achavam que ele falava com o demônio;.
Houve ainda a questão dos nomes dos inventos. Como o de Marconi se chamava radiotelégrafo, por transmitir o Código Morse sem o uso de cabos, os créditos de tudo que era relacionado acabaram ficando para o italiano. Isso ocorreu mesmo com Landell tendo feito, 15 anos antes de Marconi, em 1900, uma demonstração pública, na Avenida Paulista, da transmissão de voz pelo ar.