Brasil

Transporte de donativos doados por brasilienses é ineficiente

postado em 29/01/2011 09:13
Os brasileiros não medem esforços para ajudar vítimas quando ocorrem tragédias como os deslizamentos no Rio de Janeiro e as enchentes em Santa Catarina. Mas a solidariedade esbarra em um problema de logística: o transporte de donativos é ineficiente e faz com que o processo de doação se torne mais demorado. A Cruz Vermelha de Brasília já enviou, desde o início das campanhas, há duas semanas, cerca de 200 toneladas de mantimentos à região serrana fluminense. Outras 150 toneladas, no entanto, estão em quatro depósitos do DF à espera de caminhões que possam fazer levar a arrecadação às áreas necessitadas.

A grande quantidade de donativos fez a Cruz Vermelha interromper o recebimento. ;O transporte realmente não é fácil. Não podemos receber tudo o que a população está enviando, e, por isso, a campanha teve início e fim;, explica a vice-presidente da organização em Brasília, Carolina Mota Soares. Segundo Carolina, a medida é necessária para que os alimentos não fiquem estocados e percam a validade. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) levou ao Rio de Janeiro 19 toneladas de doações no último dia 20, mas o restante foi enviado por meio de voluntários. ;Há empresas que vêm a Brasília fazer uma entrega e se oferecem para voltar com o caminhão carregado. Às vezes eles suportam poucas toneladas, mas já é uma grande ajuda;, comenta Carolina.

A previsão é de que o galpão localizado no Minas Brasília Tênis Clube seja esvaziado até a próxima quinta-feira. Mas a partir de segunda, o trabalho será retomado simultaneamente em outros dois dos três depósitos que estão com a triagem interrompida.

Moradores de uma rua em Ceilândia Norte se reuniram para arrecadar mantimentos para as vítimas da região serrana desde o dia 22. Embaixo de uma tenda, os vizinhos se revezam na supervisão e recebimento dos donativos. O grupo que teve a iniciativa pretendia entregar as doações à Cruz Vermelha. No entanto, como o recebimento foi suspenso, eles agora planejam fazer o transporte por conta própria. ;Se não encontrarmos uma instituição de confiança, vai ser o jeito nós mesmos levarmos. Devemos fazer isso em uma excursão que organizamos para ver um jogo no Rio na próxima quarta-feira;, afirma o policial militar Ricardo Batista da Silva.

O transporte voluntário será o meio de envio, também, das doações arrecadadas pela Legião da Boa Vontade (LBV) de Brasília. Jovens militantes e voluntários fizeram na semana passa e continuam, hoje, um mutirão para fazer a triagem dos donativos. A instituição recebe mantimentos em horário comercial até a próxima terça-feira.

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