Brasil

Andar a pé ou de bicicleta no Rio será objeto de política de transporte

postado em 03/02/2011 15:20
Rio de Janeiro - O Plano Diretor de Transporte Não Motorizado do estado do Rio de Janeiro começou a receber nesta quinta-feira (3) críticas e sugestões da sociedade fluminense. A minuta do plano foi apresentada a representantes de prefeituras, organizações não governamentais e universidades no 1; Seminário Técnico do Programa de Transporte Não Motorizado, promovido pela Secretaria Estadual de Transportes.

O plano deverá estar concluído até o fim do primeiro semestre, informou à Agência Brasil o coordenador do Programa de Transporte Não Motorizado do governo do estado, Mauro Tavares.

O plano diretor está sendo elaborado por um consórcio, vencedor da licitação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), integrado por empresas com vasta experiência em planejamento cicloviário mundial. Entre elas, estão a canadense IBI Group, a brasileira Logit e a norte-americana ITDP. O objetivo é melhorar a mobilidade urbana em todo o estado, abrangendo as condições de locomoção de ciclistas e pedestres, a partir da garantia de maior segurança aos cidadãos.

;A proposta de um plano diretor é que ele se torne diretriz de atuação do governo do estado. E, a partir daí, tem proposta de incentivo ao uso da bicicleta. Tem diversas ações no sentido de divulgação, conscientização, treinamento;.

O interesse crescente por esse tipo de transporte sustentável está atrelado também à questão climática, visando a reduzir emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, comentou Tavares. ;A gente tem que trabalhar para a questão da descarbonização do sistema de transporte. Eu acho que é o grande caminho. É o nosso futuro para reduzir os impactos ambientais;.

Tavares afirmou que essa é a aposta da Secretaria Estadual de Transportes, ao assumir essa iniciativa junto com o BID. ;A gente entende que a bicicleta e o deslocamento a pé, que hoje são um percentual importante na matriz de deslocamento de transportes no nosso estado, têm que ser vistos dentro de políticas públicas;.

De acordo com dados do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU), os deslocamentos a pé representam hoje 33% da matriz, enquanto os deslocamentos com bicicletas, apenas 3%. ;Nós estamos trabalhando para, até 2016, ter um aumento de 25%. Com isso, a participação modal da bicicleta passaria para 4% e o deslocamento a pé aumentaria 10%, passando para 37% no estado;, observou Tavares.

Ele destacou que andar de bicicleta já é um procedimento adotado na maioria dos 92 municípios fluminenses. ;O que falta, efetivamente, são políticas públicas de incentivo a esse modo de deslocamento;. Segundo Mauro Tavares, as prefeituras se mostram interessadas no tema e estão abertas a propostas.

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a elaborar um programa de transporte não motorizado. O projeto fluminense poderá servir de modelo para outras unidades da Federação.

De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, o uso de bicicletas cresceu cinco vezes na cidade do Rio de Janeiro nos últimos 15 anos. A malha cicloviária do município tem atualmente 150 quilômetros. A promessa do prefeito Eduardo Paes é dobrar esse número até o fim de 2012. ;E o Rio de Janeiro, que é hoje a segunda malha cicloviária da América Latina, vai se aproximar da primeira, que é Bogotá, na Colombia;, afiançou Tavares. A secretaria estima levantar a malha cicloviária de todo o estado até o final deste ano.

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