postado em 08/02/2011 12:25
Na noite desta segunda-feira (7/2), começou no município de Pinheiro, a 343 Km de São Luís, uma rebelião dos detentos do 2; Distrito Policial da região. O número de mortos chegou a seis na manhã desta terça-feira, sendo que quatro destes foram decapitados.Segundo o Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Franklin Pacheco, os presos escolheram pedófilos e estupradores para serem rendidos. O primeiro a ser morto foi José Agostinho, preso em junho de 2010 acusado de ter engravidado seis vezes a própria filha. Na época o caso ganhou repercussão nacional. Ele já havia sido julgado e deveria ter sido tranferido, porém a solicitação de tranferência não foi atendida.
O carcereiro Reginaldo Cantanhede, do 1; DP de Pinheiro, informou ainda que dois presos foram rendidos e permaneceram amarrados durante a rebelião. Outros três que não estavam envolvidos na rebelião foram transferidos, ainda cedo, para o Quartel de Polícia Militar.
Segundo informações, um detento identificado apenas como Ramiro, que já passou pela Penitenciária de Pedrinhas, pela delegacia de Alcântara e de Pedreiras, estaria encabeçando a rebelião. A única concessão feita até a manhã desta terça-feira foi a entrega dos corpos.
A polícia está tentando atender às reivindicações deles, estudando uma maneira de realocá-los, no entanto, os detentos não tem aceitado nenhuma proposta de negociação. Já foi cogitada a possibilidade de invadir a delegacia, mas as autoridades ainda tentam negociar.
Negociações
As negociações tiveram início por volta de 9h da manhã. Para negociar, foi formada uma comissão composta pelo Pastor Lobato, Coronel Franklin Pacheco (Comandante Geral da Polícia Militar), o Grupo Tático Aéreo, Comandante Laercio Costa, dois promotores, um juíz e o diretor da OAB, além de delegados da região. A comissão preparou um documento para entrar em consenso com os presos.
Aproximadamente 100 políciais foram deslocados para tentar controlar a situação. Os rebeldes fizeram uma lista de exigências. A principal reivindicação era a transferência para a comarca de origem de cada preso. Eles alegaram ainda que queriam seus direitos constitucionais atendidos. Outra exigência que surpreendeu as autoridades foi o pedido de 1Kg de maconha.
O principal problema para atender a reivindicação dos rebeldes é a superlotação das suas comarcas de origem. Todas estão lotadas. A delegacia regional de Pinheiro possui capacidade de lotação para apenas 38 detentos. Entretanto, no momento a delegacia possuía 97 detentos. A delegada afirmou que havia feito a notificação à Secretaria de Segurança Pública. No mês passado, o Maranhão foi destaque por conta do caos no sistema carcerário do Estado.
Motivo
A redação de O Imparcial constatou informações cruzadas quanto ao motivo do motim. Segundo a Assessoria da Secretaria de Segurança Pública, uma tentativa frustrada de fuga teria provocado o evento. Quando os policiais se deram conta do que estava acontecendo, reagiram e os presos fizeram reféns dando início à rebelião.
Outra informação recebida do carcereiro Reginaldo Cantanhede, é de que a confusão teria começado com uma briga entre presos da cela 1 e da cela 5, por volta de 22h. Ao tentar controlar a situação, a polícia foi surpreendida com o início da rebelião. Entre eles foram encontradas armas como facões e armas improvisadas, feitas com barras de ferro.