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Embrapa vai ajudar a recuperar áreas rurais degradadas pelas chuvas no Rio

As três unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estado do Rio de Janeiro concluem amanhã (9) documento listando as ações emergenciais de curto e médio prazo que serão empreendidas na recuperação de as áreas rurais produtoras da região serrana fluminense, degradadas pelas enchentes de janeiro passado.

Participam do esforço conjunto a Embrapa Solos, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Agrobiologia, disse nesta terça-feira (8) à Agência Brasil o agrônomo José Ronaldo Macedo, coordenador das ações emergenciais. ;As três unidades da Embrapa estão reunidas nessa força tarefa para tentar responder às demandas em que a gente pode contribuir;.

O documento será encaminhado à Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária e à presidência da Embrapa. As ações têm prazo de conclusão prevista em 90 dias. Macedo destacou que será disponibilizado o laboratório para fazer a análise do solo, atendendo solicitação dos próprios produtores locais.

;Porque hoje é um novo solo que está lá. A gente não sabe qual é a fertilidade desse novo solo, ou aterro, porque é terra que veio de outros lugares;, explicou. A Embrapa Solos e a Embrapa Agrobiologia vão liberar análises para os produtores da região, para que possa haver uma recomendação com conhecimento técnico mais apurado, acrescentou.

Será feita a capacitação de técnicos das prefeituras e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) para a reabertura dos laboratórios de solos desses municípios. ;Aí, você consegue ter mais agilidade entre a coleta, a análise e a devolução dos resultados dos solos;. O pesquisador afirmou que será feito um ;levantamento expedito; [objetiva a coleta de dados de caráter geral do solo] da nova configuração dos solos da região. ;Nós vamos tentar entender, no primeiro processo, de onde saiu e para onde foi esse material que foi movimentado;.

Como fazem parte de orçamento suplementar do estado, as ações serão iniciadas tão logo haja uma definição sobre a liberalização dos recursos. ;A gente espera que seja o mais rápido possível;.

O trabalho engloba também ações que vão até dois e cinco anos. O pesquisador disse que nos próximos 24 meses, a ideia é trabalhar com as associações de agricultores em campanhas de sensibilização. ;A gente quer conscientizá-los da participação deles no processo;.

No longo prazo, a Embrapa pretende entender o que ocorreu na região. As ações envolvem mapeamento de solos e estudos de áreas rurais e de risco. ;A gente quer entender essa dinâmica de movimento. Essa é uma proposta de cinco anos, que envolve pesquisas, mapeamento de solos, estudos de aptidão;.

Está previsto também o trabalho de recuperação de pequenas agroindústrias locais ;para que, talvez, com uma valorização dos seus produtos, elas diminuam a demanda pela ocupação de espaços inadequados;, concluiu o pesquisador.