Brasil

Ipea considera consistentes opiniões da população sobre SUS

postado em 09/02/2011 14:00
Brasília - A pesquisa divulgada hoje (9) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a percepção da população em torno do sistema público de saúde foi considerada positiva pela técnica de Planejamento e Pesquisa do órgão, Luciana Mendes. Em entrevista coletiva depois de divulgar os resultados, ela afirmou que as opiniões da população foram "muito mais consistentes" do que os resultados que vêm de outros sistemas e dos meios de comunicação sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

A margem de erro da pesquisa do Ipea é de 2% para mais ou para menos. De acordo com Luciana Mendes, o fato de terem sido ouvidos cidadãos de todos os estados, regiões e de grande número de municípios indica "um acerto sobre a visão do quadro atual da saúde no país". Para ela, o trabalho do Ipea "tem validade interna muito importante".

Um dos resultados do levantamento, feito em novembro do ano passado, é que grande parte do público acha que seria melhor atendido se tivesse um plano de saúde privado. O SUS tem uma demanda de 120 milhões a 130 milhões de pessoas. A expectativa do público em relação aos planos de saúde "não é real", segundo a pesquisadora, pois o cliente "nem sempre consegue marcar com rapidez sua consulta, nessa área também faltam profissionais e há ainda deficiência de equipamentos".

Nesse ponto, é sabido, disse Luciana Mendes, que o sistema público tem equipamentos de boa qualidade, assim como bom nível técnico. A pesquisa não revela dificuldades com equipamentos e materiais, pois o público não tem muito conhecimento nessa área, que fica afeta aos médicos e enfermeiros, esclareceu.

Luciana Mendes afirmou que a espera por atendimento é maior em muitos países, como é o caso da Inglaterra, onde pode levar até um ano, mas as pessoas sabem que vai ocorrer. Por isso, no Brasil, uma espera de até seis meses é considerada um absurdo, uma vez que não há certeza quanto ao atendimento. A espera leva a uma busca dos pacientes pelos hospitais, o que nem sempre resulta em solução para o problema.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação