postado em 12/02/2011 12:30
Rio de Janeiro - Há um mês das chuvas que deixaram cerca de 870 mortos na região serrana do Rio de Janeiro, os bairros rurais de Teresópolis agora sofrem com os saques. Com as casas interditadas pela Defesa Civil, moradores de Poço dos Peixes, a cerca de 20 quilômetros do centro, querem reforço no policiamento.Passado o período mais crítico da tragédia, muitas famílias que ficaram abrigadas na cidade tentam retornar para suas residências. Voltam para limpar as casas e calcular o que sobrou. Isso durante o dia, porque com a luz cortada a pedido da Defesa Civil, não dormem no local.
É nesse momento, com as casas vazias, que os bandidos agem. Segundo relato de moradores que preferem não se identificar, os ladrões chegam de carro, em grupos, e com lanternas vasculham as residências em busca do que não foi danificado pelas enxurradas.
;Na casa da minha irmã roubaram um computador, uma televisão de 20 polegadas e todas as torneiras;, contou um morador indignado. Vizinhos que ainda lavavam as residências, retirando barro puro, confirmam que outras residências também foram assaltadas.
A Polícia Militar já foi notificada sobre as denúncias e tem feito rondas regulares em Poço dos Peixes, o que não foi suficiente para evitar os saques. ;Ontem a polícia fez ronda, mas ontem mesmo, os caras [os bandidos] estavam aí, com lanternas;, conta outro morador.
Com medo de terem suas casas assaltadas, alguns preferem enfrentar a falta de água e de luz para tentar salvar o que sobrou. ;Sabendo que isso está acontecendo, durmo algumas vezes por semana aqui em casa;, declara outro morador de Poço dos Peixes.
A Secretaria de Segurança Pública de Teresópolis prometeu reforçar o policiamento no local, que é feito pela Polícia Militar, pela Guarda Municipal e pela Força Nacional de Segurança. Embora sejam muitas as áreas necessitadas, o secretário Laet Moutinho disse que as equipes têm percorrido diariamente o perímetro rural.
A localidade de Poço dos Peixes sofreu com a queda de barreiras e com o transbordamento de um córrego. Na região vivem cerca de 700 famílias e, segundo os moradores, pelo menos 28 pessoas morreram soterradas.