postado em 12/02/2011 16:15
Trinta dias depois da catástrofe que destruiu o centro da cidade e a vida econômica de Nova Friburgo, na região serrana fluminense, o trabalho de liberação de recursos para a reconstrução das empresas segue em um ritmo bom, mas que poderia ser mais acelerado na avaliação do empresariado local.
No final de janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou uma linha de crédito, no valor de R$ 400 milhões, para capital de giro e investimentos das empresas afetadas pela enxurrada.
O presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no centro norte fluminense, Vicente Bastos Ribeiro, disse à Agência Brasil que o quadro é de reação depois dos trabalhos de socorro emergencial à população.
Segundo ele, a maior parte dos problemas de energia elétrica foi sanada, mas ainda existem dificuldades de comunicação, com destaque para telefonia fixa e infraestrutura.
"As coisas estão se movimentando de uma maneira muito mais rápida do que em eventos que ocorreram no Brasil em outros momentos e em outros estados."
Ribeiro explicou que a principal questão do Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo está atrelada à linha de crédito do BNDES. "Há uma certa dificuldade na ponta, nas agências bancárias, de fecharem os contratos de crédito. Mas já tem empresas que receberam e outras estão bem adiantadas."
Reconheceu, contudo, que esses contratos não são uma coisa fácil de ser feita, tendo em vista a necessidade de apresentação de garantias. "Tem toda uma avaliação de risco por parte dos bancos. Eu diria que ainda não é a velocidade que as empresas precisariam."
A região centro norte fluminense possuía, até o ano passado, cerca de mil confecções, a maioria de micro e pequeno porte, sendo grande parte na informalidade. Vicente Ribeiro explicou que a enxurrada em Nova Friburgo atingiu com maior intensidade o centro da cidade, em áreas com maior incidência de confecções, inclusive produtores que trabalhavam no próprio domicílio.
Até o momento não há uma estimativa sobre a capacidade produtiva já retomada na região, mas segundo Vicente Ribeiro o processo é de normalização.