postado em 18/02/2011 07:00
A principal estratégia para a conservação da biodiversidade é o estabelecimento de Unidades de Conservação (UCs), voltadas à proteção da diversidade de espécies (e seus genes) e também dos ecossistemas, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para estudiosos do mesmo instituto, no entanto, essa estratégia ainda tem muito o que avançar no país. Em primeiro lugar, na criação das próprias unidades de conservação. Em segundo, na forma como os biomas estão sendo protegidos. A principal crítica do órgão é a estimativa de que a maioria das unidades no Brasil corresponde a áreas de proteção ambiental (APAs), a categoria de proteção com a menor restrição de atividade antrópica. O posicionamento foi descrito ontem, na divulgação do estudo O estado da biodiversidade ; Genes e espécies e biomas brasileiros.![Área de proteção: dúvidas em relação à efetividade da conservação](https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2011/02/18/238398/20110218023143237407e.jpg)
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ministério do Meio Ambiente, Rômulo Mello, afirma que a criação de unidades não é um processo simples, já que ;cerceia o direito individual em favor do direito coletivo;: ;Não é tão fácil dizer para um proprietário que daqui para frente sua área deverá ser protegida pelo governo;. O presidente enfatiza, no entanto, que a quantidade de UCs federais dobrou nos últimos 20 anos, chegando a 310 unidades. O ICMBio critica ainda o argumento [SAIBAMAIS]de que as APAs não protegem a biodiversidade. ;Independentemente do nível de restrição, a APA é estratégica do ponto de vista da conservação. É extremamente efetiva, e criada normalmente em grandes territórios, às vezes já ocupados pelo homem;, rebate Mello.
Segundo o Ipea, as principais causas da perda da biodiversidade são a perda de habitats, mudanças na composição dos ecossistemas, sobre-exploração (aproveitamento econômico acima da capacidade), introdução de espécies exóticas, poluição e contaminação, e mudanças climáticas. Até 2009, apenas 25% das espécies ameaçadas de extinção eram objeto de medidas de manejo mas o ICMBio afirma que, até 2014, 100% das espécies ameaçadas deverão ter um plano de ação ; ou seja, condições efetivas de conservação.