Pedro Rocha Franco
postado em 21/02/2011 08:52
Depois de uma noite violenta e uma madrugada marcada por conflitos, moradores do Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de BH, tentam retomar a vida normal nesta segunda-feira. A população que mora na parte de cima do aglomerado está sem ônibus e precisam se deslocar para encontrar coletivos. Neste fim de semana ônibus foram queimados durante protestos, a comunidade está revoltada com a ação policial que culminou na morte de Renilson Veriano da Silva, de 29 anos, e do dançarino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, na madrugada de sábado.Entre 1h e 2h desta segunda-feira ainda havia grande tumulto na região. Foram rescaldos dos conflitos entre moradores e policiais. Uma criança ficou ferida, três homens, um deles cinegrafista, foram atingidos por balas de borracha e pelo menos três pessoas foram presas durante enfrentamento, domingo à noite, entre militares e moradores na Praça do Cardoso, na Vila Marçola, dentro do Aglomerado da Serra. Por volta 21h30, um micro-ônibus da linha 103 (Pouso Alto/Cafezal) foi incendiado na Praça Bela Vista, na Vila do Cafezal. Dois carros também foram incendiados e um veículo jogado em uma ribanceira.
Nesta segunda, boa parte da população está sem energia elétrica e telefone, depois que incêndios atingiram fiações. O policiamento, nesta manhã, está reforçado. Militares de todos os batalhões da PM ocupam o aglomerado em cerca de 30 viaturas. Eles estão em pontos estratégicos do bairro para conter ou prevenir qualquer ação de protesto. A Praça do Cardoso é um desses locais de ocupação.