Brasil

PF prende, em MG e ES, quadrilha que trazia anfetamina dos Estados Unidos

postado em 23/02/2011 07:00
Em meio à discussão levantada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a proibição da venda de remédios inibidores de apetite no mercado brasileiro, a Polícia Federal (PF) deflagrou, ontem, uma operação contra a venda ilegal de anfetaminas, drogas usadas em tratamentos para o emagrecimento que estão na mira da agência. Durante a operação, batizada de Efeito Colateral, os agentes da PF cumpriram sete mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em oito municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. Até o fim da tarde de ontem, cinco pessoas haviam sido presas e outras duas estavam foragidas.

A PF começou a investigar o contrabando dos medicamentos, em outubro do ano passado, com a agência de drogas Drug Enforcement Administration (DEA), dos Estados Unidos. Desde então, 10 pessoas foram presas nos dois países e houve apreensão de 605 fórmulas de medicamentos, o equivalente a cerca de 43kg da substância. Toda a droga era escondida em papel carbono, balas e bombons para dificultar a identificação em caso de possíveis revistas. De acordo com a PF, os empresários enviavam, pelos Correios, remédios como femproporex, anfepramona e fluoxetina. As encomendas chegavam ao Brasil em nome de brasileiros moradores de cidades americanas.

Também participaram da ação fiscais da Anvisa e da Gerência Regional de Saúde de Minas Gerais. Sete dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos em farmácias de manipulação. Segundo o delegado Bruno Zampier, da Delegacia de Polícia Federal em Governador Valadares, o comércio ilegal dos medicamentos é uma realidade no Brasil apesar de o país permitir a comercialização de algumas das drogas apreendidas. ;Há um abuso no uso desses medicamentos e a venda sem prescrição médica.; Peritos analisaram os produtos apreendidos e constataram que, em algumas pílulas, havia uma concentração até 10 vezes maior que a legalmente permitida no Brasil. O possível crescimento do comércio ilegal é um dos argumentos usados pelos defensores da manutenção dos inibidores de apetite no mercado.

Como não tinham autorização para vender os anfetamínicos, os acusados foram indiciados por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. Se condenados, podem ter que cumprir entre cinco e 15 anos de prisão. Eles estão detidos na delegacia de Governador Valadares e podem ter a pena agravada pelo fato de o comércio ser entre países diferentes.

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