postado em 23/02/2011 17:46
São Paulo ; O Tribunal do Júri que julga os acusados de assassinato do cacique guarani-kaiowá Marcos Veron começou a ouvir nesta quarta-feira (23) as testemunhas de acusação do processo. Ao todo, serão ouvidas cinco testemunhas, das quais três são indígenas.O crime aconteceu em 2003 no município de Juti (MS), na região de Dourados. Segundo a Justiça, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram em líderes indígenas, incluindo o cacique Veron, que tinha 72 anos. O caso foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que alegou ter dúvidas quanto à isenção dos jurados locais.
[SAIBAMAIS]Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e Carlos Roberto dos Santos, por homicídio consumado, com motivo torpe e meio cruel. Eles respondem também por crime de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Foragido, o acusado Nivaldo Alves Oliveira teve seu processo desmembrado e suspenso.
Segundo o MPF, a morte de Veron foi consequência de uma série de ataques feitos por seguranças da Fazenda Brasília do Sul para expulsar os índios que ocuparam a área. A propriedade é uma das muitas terras indígenas sob reivindicação dos guarani-kaiowá em Mato Grosso do Sul. O estado é apontado pelo Centro Indigenista Missionário (Cimi) como líder em violência contra a população indígena.
O Tribunal do Júri do Caso Veron começou na última segunda-feira (21) e é presidido pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1; Vara Federal Criminal de São Paulo. Atuam na acusação o procurador regional da República da 3; Região Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, o procurador da República em Mato Grosso do Sul Marco Antônio Delfino de Almeida e os procuradores da República em São Paulo Rodrigo de Grandis e Marta Pinheiro de Oliveira Sena.