Ernesto Braga
postado em 02/03/2011 08:25
Brasília e Bandeira do Sul (MG) ; Enquanto técnicos e laboratórios buscam respostas para tentar explicar a tragédia que tirou a vida de 15 pessoas em Bandeira do Sul, no Sul de Minas Gerais, o artefato apontado como o causador do acidente é vendido livremente e a preços acessíveis no comércio do estado, no de Pernambuco e no do Distrito Federal. E mesmo com o susto, continuava grande, ontem, a procura pelo artefato nas lojas.Segundo Patrícia Áurea, que gerencia uma loja de festas em Brasília, pelo menos 500 unidades foram vendidas na última semana. ;Já fiz mais um pedido, que deve chegar amanhã. Esperamos vender mais uns 500 até sábado.; Em lojas de Belo Horizonte, o produto está nas prateleiras de lojas de festa há cerca de dois anos, segundo vendedores. A maioria não tem certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e é importada da China. ;Vende bem o ano todo porque serve para casamentos, festas de aniversário e formaturas. Fica bem bonito, eu mesma já usei. Mas as vendas sempre aumentam nesta época do ano e nos campeonato de futebol;, disse uma vendedora, que preferiu não se identificar.
Ontem, no meio das prateleiras das lojas de Belo Horizonte, consumidores comentavam o acidente no Sul do estado. ;A gente encontra facilmente e usa sem conhecimento. Cansei de estourar essas serpentinas metalizadas no meu sítio, que também tem fiação exposta, sem saber que corria esse risco. Acho importante uma campanha educacional antes de proibir a venda do produto, mas eu não vou mais comprar. Vou preferir o que usa papel de seda;, afirmou a relações públicas Jacqueline Rodrigues de Queiroz, 47 anos.
No Centro do Recife, onde a venda de fantasias e produtos de carnaval esquenta nessa época do ano, os comerciantes dizem que a venda da fita metálica só não é maior por conta do preço. ;As pessoas preferem usar a serpentina normal para jogar na multidão, pois o preço da fita é muito alto, quando comparado ao da outra;, explica Suely Novaes, proprietária de loja.
Alerta
Embora o ocorrido tenha provocado surpresa, as embalagens dos produtos checadas pelo Correio traziam especificados alguns cuidados a serem tomados. O primeiro deles, escrito com destaque, em caixa alta, aponta perigos da utilização próxima à rede elétrica. ;Não usar próximo a fios de luz;, aparece na caixa do produto. Recomenda-se também ;não apontar para pessoas, animais ou objetos que possam quebrar facilmente.;
Há versões diversas dos rojões no mercado. Há tubos somente com confetes, outros em que há serpentinas misturadas, além de edições especiais com objetos em pelúcia. Algumas são destinadas especialmente a crianças e lançam confetes até quatro metros de altura. No entanto, a maioria dos produtos, cujo o alcance varia de sete a oito metros, não são recomendados para menores de 10 anos. Há tubos maiores, com aproximadamente 1 metro de comprimento, que atingem até 20 metros de altura, com especificação de uso para maiores de 12 anos. Os preços variam de R$ 5 a R$ 30. E as épocas de maior venda são o réveillon e o carnaval.