Pedro Rocha Franco
postado em 11/03/2011 07:00
Enchentes e deslizamentos provocados por fortes chuvas castigam diversos pontos do país. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou oito mortes causadas por alagamentos em São Lourenço do Sul, cidade localizada na região da Lagoa dos Patos, a 190km de Porto Alegre. Peritos se deslocaram para o município para identificar as vítimas e equipes de resgate devem permanecer no local nos próximos dias devido aos alertas meteorológicos de mais chuva na região. Uma senhora de 76 anos está entre as vítimas. A aposentada Marlene Moares foi encontrada morta dentro de casa. Ela tinha dificuldades de locomoção e, segundo as investigações preliminares, não teria conseguido sair quando o nível da água subiu. A tempestade que caiu na madrugada de ontem destruiu duas pontes na BR-116 (rodovia que corta todo o litoral brasileiro), nos kms 471 e 468, entre São Lourenço do Sul e Turuçu. O trecho foi interrompido pela Polícia Rodoviária Federal.
Rio sobre 7,4m
O Mato Grosso do Sul também sofre com as chuvas. Nove cidades no norte do estado decretaram estado de emergência ontem e se uniram às cinco que já estavam na situação. Todas foram afetadas por enchentes dos rios Aquidauana, Taquari e Miranda, cujo nível da água subiu 7,4m. De acordo com a Defesa Civil sul-matogrossense, o volume de água é o maior desde 1990 e provocou, além das enchentes dos rios, a destruição de pontes e da lavoura das áreas rurais dos municípios. O número de pessoas desabrigadas, desalojadas ou isoladas já passa de 67 mil.
No Espírito Santo, chove desde o último sábado e cerca de 2,5 mil pessoas de oito municípios foram afetadas. A população do estado sofre com o aumento do nível dos rios, que tem causado alagamentos. A situação mais crítica é a de Alegre, na região sul do estado, onde casas foram interditadas pela Defesa Civil.
Aguaceiro constante
Já em Minas Gerais uma frente fria atua no estado desde a semana passada e, com isso, o acumulado de precipitações em março já superou a média histórica em mais de 15% na Grande Belo Horizonte, 20 dias antes do fim do mês.
Em Iapu, no Vale do Rio Doce, a chuva resultou na saturação do solo e muitas encostas cederam, derrubando duas casas e deixando outras 40 com problemas estruturais. Na zona rural, as pontes, construídas com madeira, ameaçam ceder. O prefeito Márcio de Almeida (PT) decretou situação de emergência. ;Tem seis dias que chove toda noite. É aquela chuva que não para e vai encharcando o solo, deixando-o vulnerável;, diz o prefeito.
Além de Iapu, as cidades de Espera Feliz e Carangola decretaram situação de emergência. No município de São João del Rei, a Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, contruída em 1721, teve parte de uma parede destruída pelas enxurradas. Apesar do estrago, a estrutura interna da igreja ; é tombada desde 1949 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ; não foi abalada e o templo permanece aberto ao público e com a realização de missas. Um reparo emergencial deve começar na próxima segunda-feira.