Brasil

Caruaru tem novo abalo sísmico de dois pontos na Escala Richter

Diário de Pernambuco
postado em 18/03/2011 15:48
A Terra voltou a tremer em Pernambuco. De acordo com técnicos do Centro de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o abalo atingiu dois pontos na Escala Richter, em Caruaru, no Agreste pernambucano. No entanto, apesar de os estudiosos apontarem a região como geologicamente falha e, historicamente, passível de pequenos abalos, os registros realizados às 17h da última quarta-feira, dia 16, não devem ter ocorrido por um sismo natural, mas sim ocasionados por grandes explosivos. Essa é a explicação mais provável, segundo o sismólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Heleno Lima Neto. A universidade faz o acompanhamento no estado.

Apesar de o abalo ter sido considerado baixo, o assunto continua chamando atenção de estudiosos, principalmente após o grande tremor no Japão, na semana passada, seguido de tsunami. ;Pelos dados registrados, verificamos que a propagação das ondas sísmicas não foi típica de sismos naturais. É mais provável que elas devam ter sido ocasionadas por alguma pedreira na região;, afirmou Heleno Lima, acrescentando que nenhum balanço oficial sobre abalos no estado foi divulgado neste ano. O tremor de segunda foi registrado na estação sismográfica da cidade de Gravatá. Por ter sido de baixa intensidade, de acordo com a Defesa Civil de Caruaru, o tremor sequer foi sentido pela população local.

Três estações sismológicas são monitoradas pela UFRN na região: em Caruaru, Sanharó e Gravatá. Em 2009, Pernambuco registrou mais de 1.500 sismos. Ano passado, os abalos caíram para cerca de 600. Nenhum deles, no entanto, ultrapassam a barreira dos 3,2 pontos na Escala Richter, como aconteceu em fevereiro do ano passado, em Alagoinha, no Agreste do estado.

Em meados de março de 2010, Pernambuco viveu uma série de pequenos abalos que também atingiram as cidades de São Caetano, Tacaimbó e Cupira. Segundo o técnico do Laboratório Sismológico da UFRN Eduardo Menezes ;todas essas cidades registraram juntas entre 100 e 150 tremores no ano passado. A maioria imperceptível;, disse. No estado, o maior tremor já registrado foi o de magnitude 4, em São Caetano. Não houve danos ou feridos. O maior terremoto registrado no Brasil foi de 6,2 e ocorreu no Mato Grosso, há mais de 50 anos.

Apesar dos recorrentes registros de pequenos tremores no estado, os sismólogos alertam que o Brasil está localizado no interior de uma placa tectônica e, por isso, os abalos que ocorrem no Nordeste do país tem uma probabilidade mínima de provocar grandes prejuízos. ;Pernambuco tem uma falha geológica, porém a situação é diferente do Japão, onde lá há um encontro de duas placas tectônicas. No entanto, aqui os pequenos tremores acontecem porque a nossa placa possui imperfeições, pequenas fissuras que, quando comprimidas, movem-se;, explicou Heleno Lima Neto.

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