postado em 18/03/2011 18:25
Diário CatarinenseCrianças entre 6 e 14 anos jogavam futebol na rua Isabel Cristina do Nascimento, no bairro Adhemar Garcia, em Joinville (SC), na noite de quinta-feira (17), quando um policial militar mandou, com atitude agressiva, pararem a brincadeira.
Segundo o motorista Antônio Carlos Sutil, que acompanhou a cena, o policial Mário Casprechen chegou com a arma na mão e mandando os meninos encostarem no muro. O motorista não gostou da atitude e foi falar com ele. No meio da discussão, o PM teria atirado contra ele. Mas a bala acertou a calçada.
Antônio chegou a gravar um vídeo em que o policial aparece transtornado, tira a roupa em frente à câmera e reclama das condições de trabalho. O impasse durou cerca de duas horas, quando policias militares chegaram para retirar o colega. "Quando liguei para chamar a polícia, me perguntaram se eu tinha certeza de que era um policial. Eu falei que estava fardado e com arma na mão", lembra Antônio.
Depois de passada a confusão, o motorista e mais sete vizinhos, pais das nove crianças que estavam brincando, foram até um posto da Polícia Militar no bairro e se depararam com Mário ainda em serviço. "Levei um susto quando vi ele na mesma sala. Perguntei o que estava fazendo. Aí tiraram ele dali", comenta.
O comandante do 17; Batalhão da Polícia Militar, Adilson Michelli, garante que uma atitude assim é rara dentro da corporação e comenta que o soldado é uma pessoa calma normalmente. Segundo ele, Mário passará pela avaliação de uma junta médica e, se for constatado problemas psicológicos, o soldado passará por tratamento e depois poderá voltar a atuar nas ruas. Caso contrário, a denúnica será levada para a Justiça. Enquanto isso, o policial está afastado.
Todo o problema com o policial teria iniciado, segundo informações de Antônio, porque um vizinho se incomodou com as crianças jogando bola. Abelar Araújo chamou a polícia, mas recebeu a informação de que não havia viaturas no local. Assim, ele mesmo se prontificou a ir ao posto da PM no bairro. "Fui lá pedir auxílio. Ele (Mário) me atendeu normalmente. Só comentou que não tinha viatura e pediu para vir junto", explica.
Araújo não quis mais falar sobre o caso. Só explicou que está com um filho acidentado em casa e não quer se envolver com a confusão. "Eu quero paz", diz.