Brasil

Laudo de exame em casal aponta dosagem de gás tóxico acima do normal

Marina Rigueira
postado em 19/03/2011 12:12
O enigmático quebra-cabeça sobre a causa da morte do casal de namorados Gustavo Lage Caldeira Ribeiro, de 23 anos, e Alessandra Paolinelli de Barros, de 22, na Estalagem do Mirante, na Serra da Moeda, em Brumadinho, Grande BH, começa a ser desvendado. A Polícia Civil de Minas Gerais informou na manhã deste sábado (19/3) que o laudo do exame de dosagem de monóxido de carbono realizado nos corpos do casal identificou dosagem acima do tolerável.

O resultado indicou a presença de carboxihemoglobina na concentração de 62% em Alessandra Paolinelli e de 68% em Gustavo Lage. A exposição, por mais de uma hora, a níveis acima de 60%, de acordo com a perícia, leva a morte rápida. Exames toxicológicos complementares ainda estão sendo processados. Ainda de acordo com a Polícia Civil, outra providência determinada para esclarecer o caso é o resultado da perícia feita no local pela equipe de engenharia legal.

[SAIBAMAIS]No sepultamento dos dois ; ele no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte, e ela em Carmópolis de Minas, na Região Centro-Oeste do estado ;, parentes e amigos, emocionados, repetiram insistentemente à imprensa que o passado recente dos dois e o futuro promissor contradizem qualquer possibilidade de suicídio ou pacto de morte. E clamavam à polícia apuração rápida e concisa para desvendar o mistério.

Perfis

Alessandra Paolinelli de Barros, de 22 anos

No segundo ano de medicina na Faculdade de Ciência Médicas de Minas Gerais, a jovem trilhava o caminho do sucesso profissional. Alessandra vinha de uma família tradicional em Carmópolis de Minas, na Região Centro-Oeste. O avô materno havia sido prefeito décadas antes e dois tios também chegaram a atuar na vida política da cidade. A jovem era conhecida no município pela beleza e simpatia. Alessandra sonhava em seguir os passos dos dois irmãos mais velhos e se tornar médica. Ela estudou no Colégio Dom Silvério, em BH, e havia entrado recentemente na faculdade. Era alegre, romântica e muito apegada à mãe. E tinha também muito amor pela cidade natal, onde era vista com frequência, e participava de festas e de encontros tradicionais, incluindo os da família.

Gustavo Laje Caldeira Ribeiro, de 23 anos

Depois de um carnaval agitado em Diamantina, em fevereiro do ano passado, o que ele queria era sossego e o achou ao lado de Alessandra, a primeira namorada. E o amor era tamanho que os jovens faziam planos, todos aprovados pelas famílias, e sonhavam com uma relação duradoura. Esse foi um dos motivos que o levaram a trocar o curso de educação física pelas aulas de engenharia de produção, na tentativa de uma carreira mais promissora, aproveitando a fluência em inglês e alemão. Mais velho entre dois irmãos, Gustavo era filho de pais separados e morava no Bairro Gutierrez, em BH, com a mãe e o caçula. Para custear suas diversões, há três anos trabalhava como garçom numa rede de restaurantes. Aproveitava as folgas semanais para praticar atividades comuns a jovens, como jogar paintball e correr de kart. Às vezes, pegava emprestado o carro da mãe e viajava com a namorada para cidades próximas, como na terça-feira, no primeiro aniversário do namoro.

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