Brasil

Blecaute no Nordeste afetou crescimento do consumo de energia no país

postado em 24/03/2011 11:58
Rio de Janeiro - O blecaute que atingiu a Região Nordeste em fevereiro e deixou cerca de 10 milhões de pessoas sem luz, pode ter provocado também o desaquecimento do setor industrial da região, refletido na redução do consumo de energia das fábricas dos estados atingidos.

A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que divulgou ontem (23/3) dados sobre o consumo de energia no país. O documento mostra que, entre janeiro e fevereiro, o crescimento do consumo foi de 5,1% em relação ao mesmo período de 2010.

Segundo Tolmasquim, o indicador poderia ter sido maior se não tivesse sido afetado pela redução da demanda no Nordeste.

"O que puxou mais para baixo [o consumo de energia] no país foi o Nordeste, que teve dois problemas pontuais: uma fábrica de alumínio na Bahia, que representava 8% do consumo no estado e caiu - influenciando negativamente - , além da questão do blecaute", afirmou.

"Na região, está situada a Braskem [petroquímica], que demorou um tempo para retomar a produção. Se não fossem os impactos dos dois fatores, o consumo de energia pela indústria, no acumulado do ano, subiria de 1,8% para 3,8%", acrescentou Tolmasquim.

O presidente da EPE também explicou que o aumento do consumo de eletricidade de 5,1% indica a capacidade de o Produto Interno Bruto crescer pelo menos 4,5% esse ano. Segundo ele, na série histórica, a taxa é considerada "normal", diante dos dados elevados de 2010.

"Agora [2011], voltamos a uma situação de normalidade. É um crescimento razoável, mas não é o crescimento enorme de antes. Está dentro de um patamar de bom crescimento, próximo ao patamar que tínhamos no período de 2008, antes da crise financeira", explicou.

Tolmasquim lembra que o país enfrentou efeitos da crise em 2009, que se refletiram na diminuição da produção industrial e no ritmo de crescimento da economia do país. Em 2010, o país se recuperou e o PIB cresceu 7,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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