Brasil

Manifestantes marcham em Brasília para defender o Código Florestal

postado em 07/04/2011 10:02
Na manhã desta quinta-feira (7/4) , manifestantes realizam uma marcha em Brasília para lançar a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida e protestar contra o projeto do deputado Aldo Rebelo de alteração do Código Florestal, que é apoiado pelos ruralistas. No local, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra defende também a Reforma Agrária. O marcha saiu do pavilhão de exposições do Parque da Cidade, às 7h. Manifestantes começam a chegar ao Congresso Nacional, onde ocorrerá um ato público.

A mobilização defende a aliança entre movimentos sociais do campo e da cidade e organizações ambientalistas em favor de uma agricultura que conviva de forma responsável com o meio ambiente.

A manifestação reúne mais de mil pessoas e conta com representantes de movimentos estudantis, Movimento dos Atingidos por Barragens, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace, SOS Mata Atlântica, Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), entre outros.

;Estamos defendendo o Código Florestal. O deputado Aldo Rebelo quer fazer alteração do código e entendemos que isso vai beneficiar os fazendeiros e grandes empresas, quando na verdade deveria servir ao povo brasileiro. Com a alteração, eles vão poder desmatar para lucrar;, diz Liciane Andrioli, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Depois do protesto em frente ao Congresso Nacional, os manifestantes seguem para o Ministério de Minas e Energia para denunciar o atual modelo energético brasileiro. ;Queremos denunciar o atual modelo que viola os direitos humanos da população que vive próximo às barragens. Esse ano saiu um relatório do Ministério Público Federal que aponta o desrespeito às pessoas atingidas. São violados direitos da moradia, da alimentação, da saúde, educação e direito a terra;, explica Liciane Andrioli.

Na tarde desta quinta-feira (7/4), as mulheres atingidas por barragens vão se encontrar com a presidenta Dilma Roussef. Elas estão em Brasília desde o último dia 4/4 para o primeiro encontro nacional para denunciar o modelo energético do país. O encontro será ás 14h no Palácio do Planalto. Na ocasião, o movimento vai entregar à presidenta um dossiê sobre a vida das mulheres que vivem nas barragens.


Mudanças do Código

Entre as modificações previstas para serem feitas no Código Florestal está a redução das APPs (áreas de preservação permanentes) em margem de rio de um mínimo de 15 metros (o que já é uma redução de 50% em relação à lei atual) para 7,5 metros. O texto final deve ser apresentado no máximo até o final da semana para votação no plenário ainda este mês.

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