Brasil

Quem conhecia Wellington o descreve como um solitário de hábitos incomuns

postado em 08/04/2011 08:13

Um homem de poucos amigos e que gostava de jogos e computadores. Essas eram as principais características de Wellington Menezes de Oliveira, o protagonista do massacre ocorrido ontem na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), bairro onde ele morava. O jovem estranho, como definiu vizinhos, foi adotado ainda bebê por um casal que tinha outros cinco filhos, e sua mãe biológica, a quem chegou visitar algumas vezes, teria problemas psicológicos. Desde pequeno, Wellington demonstrava comportamento diferente dos demais colegas da Rua José Fernandes, também no Rio, onde morou com a mãe, que morreu há dois anos. Nos últimos meses, ele modificou ainda mais seu visual, que já era considerado estranho, e passou a usar barba longa e roupas escuras.

Wellington não era uma pessoa social e não cultivava amigos. Há seis meses, seu comportamento foi observado por uma das irmãs adotivas, principalmente sobre o assunto de que ele mais gostava. ;Falava muita besteira;, disse a irmã, identificada como Rosilane, 49 anos. ;Ele só ficava na internet, não tinha amigos e era bastante reservado;, conta a mulher, confirmando que o irmão adotivo passou, nos últimos meses, a usar barba grande e estudava práticas terroristas pela internet. Outro irmão adotivo de Wellington mora no Entorno do Distrito Federal.

Sem antecedentes criminais, Wellington tinha hábitos tidos como estranhos por muita gente, dos comerciantes que lhe vendiam refrigerantes ; ele não ingeria bebidas alcoólicas ; aos vizinhos de muitos anos. ;Ele estava de barba longa e trajava roupas pretas. Ele estava bem diferente. Parecia integrante de uma seita;, disse um vizinho. ;Ele batia a cabeça na parede e chegou a ameaçar a mãe, já em idade adulta.;

Outro morador conta que o atirador foi uma criança de quem outras zombavam na infância, apelidada com constância, principalmente pelas meninas. Um dos motivos era a forma estranha de se vestir. ;Muitas vezes, esse tipo de crime ocorre por causa da intolerância de uma pessoa que marginaliza a outra;, diz o coordenador da organização não governamental Viva Rio, Antônio Rangel Bandeira.

Na casa onde Wellington morava sozinho, a polícia encontrou vários objetos quebrados, um indício de que o crime foi premeditado e de que ele pretendia se matar. O ex-aluno da Escola Tasso da Silveira ; mesmo local onde ocorreu o crime ; não tinha antecedentes criminais e a polícia trabalha agora em torno de que forma o rapaz teria adquirido as armas, a munição e a habilidade com os instrumentos. Durante o ataque, Wellington usou dois revólveres, sendo um de calibre 38 e o outro 32, além de seis speeds, instrumentos que facilitam o carregamento mais rápido de armas.

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