Brasil

Polícia identifica dois homens que negociaram e venderam arma para atirador

postado em 09/04/2011 00:36

O chaveiro Charles Souza dos Santos e o desempregado Isaías da Silva foram presos após denúncia de que tinha vendido uma arma a Wellington Menezes

A polícia identificou os dois homens que venderam uma das duas armas para Wellington Menezes de Oliveira, autor dos disparos que mataram 12 crianças e feriram 13 em uma escola em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em depoimento, na noite desta sexta-feira (8/4), ao delegado da Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, a dupla confirmou a negociação do revólver calibre.32 por R$ 250. Eles teriam ficado com R$ 30 cada e o restante teria sido repassado a intermediários. A polícia chegou até a dupla após um policial militar à paisana ouvir uma conversa entre eles. Segundo a polícia, os dois moram em Sepetiba, bairro da zona oeste onde também residia Wellington.

Um dos acusados é Charleston Souza de Lucena, chaveiro que prestou um serviço de troca de fechadura para Wellington quando ele se mudou para Sepetiba. Segundo a polícia, Wellington teria perguntado ao chaveiro se ele conhecia algum comerciante de armas e Charleston, por sua vez, teria recorrido a Isaías de Souza para comprar o revólver calibre 32 usado no massacre da escola.

De acordo com a polícia, eles teriam cobrado R$ 260 pelo revólver calibre 32. Tanto Charleston quanto Isaías já tem passagens pela polícia por crimes como lesão e ameaça, e tiveram sua prisão preventiva decretada pela Justiça na madrugada de hoje por venda ilegal de arma.

Os dois disseram à polícia que jamais teriam vendido a arma se soubessem que ela teria sido usada nesse crime. Isaías de Souza disse ter seis filhos e quatro enteados. O outro suspeito, Charleston de Souza Lucena, afirmou ter três filhos.

A polícia ainda não conseguiu identificar a origem do revólver calibre 38, também usado por Wellington de Oliveira nos assassinatos. A arma está com a numeração raspada, o que dificulta seu rastreamento. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios, que investiga o massacre na escola, Felipe Ettore, a polícia continuará tentando identificar a origem dessa arma.

Ettore disse que não haverá necessidade de fazer reconstituição do crime. Os policiais ainda estão tentando traçar o perfil psicológico de Wellington de Oliveira para fechar a investigação.

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